Com aval de Lula, Aziz reafirma: ‘Senado vai proteger ZFM na reforma tributária’

Frente à derrota da Zona Franca de Manaus (ZFM), neste dia 10 de julho, na votação da regulamentação da reforma tributária, na Câmara dos Deputados, o senador Omar Aziz (PSD-AM) reafirmou na manhã seguinte o que vinha falando nas vésperas da decisão.

No início da semana, Aziz dizia que qualquer texto que prejudicasse a ZFM seria derrubado no Senado.

Hoje, com o aval do presidente Lula, ele disse:

“Pode assegurar: a ZFM não será prejudicada em nada. Tudo o que eles não fizeram na Câmara nós vamos fazer no Senado. O que nossos sete deputados [Silas Câmara votou contra a ZFM] não conseguiram, nós vamos conseguir no Senado”.

Conforme Aziz, os senadores do Amazonas (além dele, Plínio Valério e Eduardo Braga) receberam aval do presidente Lula para tranquilizar o estado.

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Polos da ZFM feridos de morte

A título de exemplo, conforme o que foi votado ontem na Câmara, dois setores do polo industrial da ZFM são feridas de morte.

Esses são o de ar-condicionado, segundo maior do mundo, e o de áudio e vídeo, o mais antigo da ZFM. Eles perderam suas vantagens competitivas.

Atualmente, esses segmentos enfrentam a concorrência do produto importado com muita força.

É por essa razão que as vantagens da ZFM são fundamentais e tornaram Manaus o grande centro produtor nacional, capaz de enfrentar Índia, México, Vietnã e a própria China.

Ocorre que o texto aprovado na Câmara de Arthur Lira (PP-AL) inclui o ar-condicionado e o áudio e vídeo como produtos que terão 55% de crédito presumido e não mais 100%, como é hoje.

Como decorrência, adquirir um produto importado será mais competitivo do que o nacional.

E mais: pode se tornar mais interessante produzir esses produtos fora da indústria da ZFM, como em Minas Gerais e São Paulo, por exemplo.

A questão logística e proximidade dos centros de consumo, na comparação com o único modelo econômico de desenvolvimento da região Norte, são muito mais vantajosas para as regiões Sul e Sudeste.

Tentativa

A bancada sabia disso e tentou colocar esses dois segmentos na mesma condição dos bens de informática, mas o texto sugerido não foi aceito pelo grupo de trabalho da reforma formado por Arthur Lira.

Assim sendo, se o Senado ratificar esse texto aprovado na Câmara, possivelmente ar-condicionado e áudio e vídeo deverão ter fortes impactos negativos na sua competitividade, tornando outros lugares do país e outros países mais interessantes para o investidor.

Foto: Roque de Sá/Agência Senado