Com 3 anos de vida, startup ganha crédito de R$ 160 milhões do BNDES
Empréstimo é para negócios de crédito de carbono na Amazônia.

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 28/08/2024 às 13:54 | Atualizado em: 28/08/2024 às 14:02
Com 3 anos de vida, startup Mombak ganhou crédito de R$ 160 milhões do BNDES, cuja empresa vende créditos de carbono a partir de reflorestamento, para ampliar sua operação na Amazônia.
Esse é o segundo financiamento a uma empresa privada no projeto “Arco da Restauração”. Trata-se de iniciativa do Ministério de Meio Ambiente e do banco de fomento para barrar o desmate.
Conforme o g1, metade do recurso sairá do Fundo Clima, com taxa de 2,5% ao ano (já incluso spread do BNDES) e prazo de 25 anos.
Já a outra metade da captação será via Finem, com taxa perto de 10,5% e vencimento em 15 anos.
“Estamos tratando não de uma ação filantrópica, mas de economia”, afirmou Tereza Campello, diretora socioambiental do BNDES, à reportagem.
Desse modo, a operação baseia-se na premissa de que o restauro vai gerar créditos de carbono que serão vendidos no mercado internacional.
Assim, com essa tese, a Mombak, que nasceu há três anos, já captou dívida até no exterior.
Em julho, a companhia acertou uma captação com o Banco Mundial, que emitiu mais de US$ 200 milhões em bonds comprados por gestoras internacionais.
Como resultado, desse total, a Mombak recebeu US$ 36 milhões.
Até então, a startup havia captado apenas via negociação de fatias do negócio em seu primeiro fundo com investidores, o Fundo de Reflorestamento da Amazônia.
Com isso, ela atraiu US$ 120 milhões da francesa AXA, do fundo de pensão canadense CPPIB, da Bain Capital e da Fundação Rockefeller.
Segundo a diretora do BNDES, o banco quer transformar a atividade de restauração florestal em uma indústria nacional estabelecida.
“É uma frente inovadora e próspera, que tornará o Brasil referência em restauro”, defendeu.
Assim sendo, atualmente, o Fundo Clima tem um orçamento de R$ 400 milhões para apoiar não só restauro, mas também de manejo florestal, produtos da bioeconomia e sistemas agroflorestais.
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Crédito de carbono
Além disso, até o momento, a Mombak já anunciou dois acordos de fornecimento de crédito de carbono, um com a Microsoft, que vai até 2032, e outro com a McLaren.
Sobretudo, no acerto com a Microsoft, a empresa fechou a venda de 1,5 milhão de créditos de carbono por US$ 100 milhões.
Contudo, a startup não informa o valor do contrato com a McLaren, apenas que cada crédito de carbono saiu por US$ 50.
O fundo tem como objetivo reflorestar de 10 mil a 12 mil hectares. Até o momento, o fundo tem dez fazendas compradas ou em processo de aquisição, todas no Pará.
Ou seja, que têm, somadas, mais de 7 mil hectares — alguns já receberam plantios há mais de um ano.
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Foto: Raimundo Paccó/Divulgação/Mombak