CGU no Acre: muro de Cameli tem superfaturamento de 789%

Obras superfaturadas abasteciam esquema de fraudes e corrupção no governo acreano

Mariane Veiga

Publicado em: 29/03/2023 às 12:39 | Atualizado em: 29/03/2023 às 12:49

A Controladoria-Geral da União (CGU) identificou que o superfaturamento de obras públicas abastecia um suposto esquema de corrupção envolvendo a cúpula do governo do Acre.

Segundo a CGU, o governo Gladson Cameli (PP, foto) fechou contrato por um consórcio que executou serviços de um muro mensurados em R$ 57 mil e cobrou R$ 450 mil, o que representa um valor 789% maior que o devido.

Dessa forma, o governador é o principal alvo da investigação. No entanto, ele nega ligação com esquema de ilícitos.

A CGU aponta uma sucessão de fraudes no âmbito do contrato fechado pela Secretaria de Saúde acreana para manutenção de instalações da pasta.

Portanto, a irregularidade considerada ‘emblemática’ pelos investigadores foi a obra do muro, com execução atestada de 576 m², quando na realidade só foram construídos 108 m².

Ao requerer ao Superior Tribunal de Justiça as diligências cumpridas, no último dia 9, o muro da gestão Gladson Cameli foi citado pela Polícia Federal.

A PF ressaltou que o atestado de execução superou em quase seis vezes o total de área construída de muro.

Para os investigadores, “é bastante provável, para não se dizer que é evidente, o fato de que esta obra também é utilizada para irrigar o bolso de servidores públicos com propina”.

Além do superfaturamento do muro, a CGU apontou que não houve “qualquer sinal de execução” de serviços de emboço, o “reboco”.

A CGU apontou um prejuízo potencial de R$ 393 mil no pagamento das faturas.

De acordo com a Polícia Federal, as irregularidades constatadas pela Controladoria ‘visam, na verdade, o enriquecimento de servidores públicos corruptos e empresários corruptores’.

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Foto: Reprodução/Facebook