Candidata mais rica de 2022 é suspeita de falsidade ideológica
Adriana Mendonça, ex-mulher do ex-vice-governador do Amazonas fez uma das campanhas mais ricas do Brasil a deputada federal

Neuton Corrêa, do BNC Amazonas
Publicado em: 29/08/2024 às 07:17 | Atualizado em: 29/08/2024 às 12:29
Adriana Moura de Mendonça, candidata mais rica de 2022, ex-mulher do ex-vice-governador Henrique Oliveira, está sob suspeita de crime de falsidade ideológica.
A Justiça Eleitoral aponta que ela fez declaração falsa de locação de imóvel para justificar gastos de verba pública em sua campanha a deputada federal, em 2022, pelo Pros.
Em sua prestação de contas, Adriana Mendonça disse que gastou R$ 35 mil pelo aluguel de um imóvel para 20 dias de campanha.
Contudo, diligência do TRE-AM ao local detectou que o imóvel tratava-se de uma casa abandonada há muito tempo. Além disso, diz o processo, o endereço declarado, no bairro Armando Mendes, em Manaus, não tinha relação com o bem encontrado.
O caso será investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) a pedido do ministro André Ramos Tavares, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A apuração em âmbito criminal foi uma das medidas que ele tomou contra Adriana Mendonça, ao negar apelo (agravo em recurso especial eleitoral) que a ex-candidata fez à corte superior da Justiça Eleitoral para tentar reventer condenação regional de irregularidades em sua prestação de contas.
O voto do magistrado foi publicado na editção de hoje, 29/08, do Diário Oficial Eletrônico do TSE.
Candidata rica. E cara!
Em 2022, Adriana Mendonça foi a candidata mais rica a deputada federal daquele pleito. Ela recebeu R$ 3 milhões do fundo eleitoral de seu partido, o Pros. Foi um dos mais altos valores de financiamento de campanha feminina, no Brasil, naquela eleição.
No entanto, a apuração dos votos mostrou que ela foi uma das mais caras candidatas de 2022. Isso porque ela teve apenas 240 votos, cada um estimado em R$ 12,5 mil.
A título de comparação, cada voto de Amom Mandel, deputado federal mais votado de 2022, custou menos de dois reais (R$ 1,55).
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Irregularidade geral
O voto do ministro reafirma decisão do TRE-AM, que apontou uma série de irregularidades na prestação de contas da ex-candidata. Além disso, a corte regional mandou que ela devolvesse aos cofres públicos da União os R$ 3 milhões que recebeu para campanha.
Foto: reprodução/rede social