Câmara pede suspensão de bolsonarista por ofender Lula e Gleisi
Do PL, Gilvan da Federal chamou a ministra de “prostituta” em comissão e pode ser suspenso por seis meses.

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 03/05/2025 às 11:37 | Atualizado em: 03/05/2025 às 11:37
A mesa diretora da Câmara dos Deputados, com o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) tomando a frente, fez nesta semana uma representação contra o deputado Gilvan da Federal (PL-ES) no conselho de ética, com pedido de suspensão de seu mandato por seis meses.
A medida foi tomada após o parlamentar proferir ofensas de cunho misógino contra a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), durante uma reunião da Comissão de Segurança Pública.
Na ocasião, Gilvan mencionou o codinome “Amante”, supostamente vinculado a Gleisi em planilhas da construtora Odebrecht, e afirmou: “Quem é conhecida como ‘Amante’ em uma planilha de propina da Odebrecht só pode ser uma prostituta do caramba”.
A fala provocou protestos imediatos de colegas parlamentares.
A mesa diretora classificou o episódio como “abuso flagrante das prerrogativas parlamentares” e apontou que as declarações de Gilvan são incompatíveis com o decoro exigido pelo cargo.
Além de Motta, assinam a medida o 2º vice-presidente e outros membros da direção.
Conforme o regimento da Câmara, o conselho pode recomendar desde advertência até a suspensão do mandato.
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Agressor contumaz
O deputado Gilvan da Federal é o mesmo que proferiu ofensas ao presidente da República, chegando a desejar sua morte.
Foi em uma sessão da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, na semana passada.
O deputado bolsonarista defendia projeto de lei que propõe que a segurança pessoal de Lula seja desarmada.
“Por mim, eu quero mais é que o Lula morra. Eu quero que ele vá para o quinto dos infernos. É um direito meu”.
A declaração gerou forte repercussão e levou a Advocacia-Geral da União (AGU) a solicitar à Polícia Federal e à Procuradoria-Geral da República a abertura de investigação por possível incitação ao crime.
Com medo das medidas que poderia sofrer na Câmara, no dia seguinte o bolsonarista se retratou no plenário.
Portanto, só agora ele pode sofrer alguma sanção por uma atitude que afronta a lei, o decoro parlamentar e até mesmo regras basilares da boa educação.
Gilvan, oriundo da Polícia Federal, onde ingressou em 2006, já foi condenado por violência política de gênero e hoje responde a processos por discurso de ódio e discriminação.
Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados