Brasil tem R$ 27,2 bilhões em 8.674 obras paradas, diz TCU 

Embora os números sejam muito menores do que há quatro anos, o acesso à saúde, educação fica gravemente prejudicado 

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Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 26/11/2022 às 10:37 | Atualizado em: 26/11/2022 às 11:26

Brasil tem 22.559 obras paralisadas (em 2018 eram 38,4 mil), mas 8.674 (em 2018 eram 14,4 mil) deles foram interrompidos – o equivalente a 38,5% do total. Em dinheiro público representam R$ 27,2 bilhões. 

De acordo com levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU), os números representam também quatro a cada 10 obras interrompidas. 

O total investido nessas obras paralisadas é de R$ 27,2 bilhões, de acordo com a corte em publicação no Metrópoles. 

Para fazer o levantamento, o TCU reuniu informações dos principais bancos de dados oficiais do país. 

Com essa quantidade de obras paralisadas, a falta dos serviços que seriam disponibilizados afeta milhares de pessoas.  

Inúmeros brasileiros teriam suas vidas melhoradas por essas estruturas ou mesmo dependem delas; este é o problema mais grave, segundo a gerente de projetos da ong Transparência Brasil, Marina Atoji. 

Dessa forma, o acesso desses cidadãos a direitos como saúde, educação, transporte, saneamento fica gravemente prejudicado. 

“Outro problema é o desperdício de dinheiro público. Como as estruturas que chegam a ser construídas se deterioram com o tempo de paralisação, o custo final da obra, caso seja retomada, aumenta, pois é necessário fazer reparos nessas partes, ou mesmo reiniciá-la do zero”, aponta Atoji. 

Isso porque a estrutura ficou tanto tempo à mercê das intempéries que não serve mais. “Ao fim, também prejudica o acesso a direitos, pois o gasto público é feito com ineficiência e compromete o investimento em outras áreas”, continua a especialista. 

Série histórica 

O TCU atualiza os dados a cada dois anos. Em 2020, o Brasil tinha 27,1 mil obras – dessas, 7,9 mil estavam paralisadas. 

Procurado pelo Metrópoles, o tribunal explicou que a redução significativa no quantitativo de construções paralisadas decorre da ausência de lançamento de dados nos sistemas informatizados federais, das modificações nos critérios de enquadramento como obra paralisada, e de sua conclusão. 

Áreas prejudicadas

Hoje, metade das obras paralisadas seria aplicada na área da educação, de acordo com o levantamento do TCU. São cerca de 4,4 mil empreendimentos interrompidos. 

Em seguida, estão saneamento (388 obras paralisadas); saúde (289); infraestrutura de transporte (277); agricultura (161); habitação (126); turismo (66); e defesa civil (25). 

Já em relação à unidade federativa, Maranhão é o estado com mais obras paralisadas: 905. Na sequência, estão Bahia (807), Pará (671), Minas Gerais (657), Ceará (577) e Goiás (484). 

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