Bolsonaro orientou militares a fazer campanha contra eleição
A afirmação é do novo presidente do STF

Mariane Veiga
Publicado em: 29/09/2023 às 21:36 | Atualizado em: 29/09/2023 às 21:49
O novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Barroso, fez críticas indiretas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), cujo governo foi marcado, entre outros pontos, por orientar os militares a levantarem desconfiança a respeito do sistema eleitoral brasileiro.
“Lamentavelmente as coisas não passaram bem ali. O desejo era que contribuíssem para transparência e segurança, mas, seguindo orientações do comandante em chefe [Bolsonaro], trabalharam para levantar desconfianças. Foi uma pena”, afirmou o ministro, em coletiva de imprensa.
De acordo com Barroso, é “perfeitamente razoável” a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tomada nesta semana, de retirar as Forças Armadas da lista de entidades fiscalizadoras do processo eleitoral.
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A Corte alterou, assim, a resolução 23.673, de 14 de dezembro de 2021, a dispor sobre os procedimentos de fiscalização e auditoria do sistema eletrônico de votação. Barroso não faz parte da atual composição do TSE.
Barroso declarou, ainda, que o relatório final dos militares sobre o processo eleitoral “constatou que não acharam fraude, porque não há fraude”.
“No fundo, foi legitimador das eleições, porque, orientadas [as Forças Armadas] a levantar suspeitas, procuraram tudo o que podiam e não acharam. De modo que a consequência não foi ruim.”
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Foto: Carlos Moura/SCO/STF