Bolsonaro caminha para nova derrota no STF
STF rejeita pedidos de impedimento de ministros feitos pela defesa de Bolsonaro, desmontando mais uma tentativa de atrasar o julgamento.

Bruna Lira, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 19/03/2025 às 15:57 | Atualizado em: 19/03/2025 às 15:57
Mais uma vez, Jair Bolsonaro (PL) tentou escapar da Justiça. No entanto, seu plano falhou. O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para rejeitar os pedidos de impedimento contra os ministros Cristiano Zanin e Flávio Dino. A defesa do ex-presidente insistiu na tentativa de afastá-los, mas, como era de se esperar, o tribunal não se deixou enganar.
O relator do caso, Luís Roberto Barroso, desmontou a estratégia bolsonarista. Primeiramente, ele votou contra as solicitações. Em seguida, foi acompanhado por Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Edson Fachin. Com isso, a tentativa de minar o julgamento ruiu de vez.
Além disso, os aliados do ex-presidente também sofreram uma derrota. O general da reserva Mario Fernandes e o ex-ministro Walter Braga Netto tentaram remover ministros do caso. No entanto, mais uma vez, a estratégia falhou. Para evitar qualquer questionamento sobre imparcialidade, os próprios ministros citados se declararam impedidos de votar.
Enquanto isso, o julgamento ocorre no plenário virtual e será concluído até quinta-feira (20). A defesa de Bolsonaro argumentava que Dino e Zanin deveriam ser afastados por já terem processado o ex-presidente no passado. Mesmo assim, o STF não caiu nessa armadilha. Barroso já havia rejeitado essa alegação no mês passado. Apesar disso, os advogados insistiram, apostando na velha tática de atrasar o inevitável.
Procuradoria-Geral da República
Na sexta-feira, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu a rejeição dos recursos. Segundo ele, os advogados “apenas repetiram genericamente as razões dos pedidos anteriormente formulados” e que “a situação fática e jurídica” que levou Barroso a negar as solicitações originais “continuam iguais”, não havendo qualquer fundamento novo para reavaliar a questão.
Agora, sem mais manobras para protelar o julgamento, Bolsonaro e seus aliados terão que encarar a Justiça. Dessa maneira, o STF seguirá com o que realmente importa: a análise das denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR). O julgamento está marcado para a próxima semana. Dessa vez, sem truques ou distrações, o ex-presidente enfrentará as consequências de seus atos contra a democracia.
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Foto: Agência Brasil