Moraes prorroga inquéritos contra Bolsonaro por 90 dias

Essa decisão ocorre após um ex-auxiliar de Jair Bolsonaro firmar um acordo de delação premiada, fornecendo informações substanciais para a investigação.

presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes

Diamantino Junior

Publicado em: 20/09/2023 às 18:37 | Atualizado em: 20/09/2023 às 18:37

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu prorrogar o inquérito das milícias digitais e a investigação sobre negociações envolvendo joias sauditas recebidas pelo governo brasileiro durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro. A prorrogação se estende por mais 90 dias, permitindo que a Polícia Federal (PF) finalize suas apurações.

Essa decisão foi tomada após Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e tenente-coronel do Exército, firmar um acordo de delação premiada com as autoridades policiais.

O acordo já foi homologado por Moraes, que é o relator do inquérito. Mauro Cid está detido desde 3 de maio e, com a delação, espera-se que ele obtenha benefícios em seu processo legal.

O delator forneceu informações substanciais e apresentou provas que, segundo os investigadores, corroboram as declarações feitas durante seu depoimento ao longo de duas semanas. Com base nessa delação, a Polícia Federal planeja iniciar novas ações, incluindo buscas e apreensões, e possíveis quebras de sigilo de suspeitos.

As investigações em curso sugerem que parte das joias sauditas doadas ao governo brasileiro foi utilizada em uma tentativa de evasão fiscal, visando incorporá-las ao patrimônio pessoal de Bolsonaro e outros envolvidos.

Algumas das pedras preciosas, provenientes do governo da Arábia Saudita, foram apreendidas no Aeroporto de Guarulhos.

Leia mais

Bolsonaro sabia da venda ilegal de joias, crêem 7 de cada 10 brasileiros

Além disso, a investigação abrange outros itens de alto valor que deveriam estar no acervo do Palácio do Planalto, uma vez que, de acordo com a legislação, presentes recebidos em contextos internacionais pertencem à República e não devem ser de uso pessoal.

Um exemplo disso é um relógio Rolex de alto padrão, que foi vendido nos Estados Unidos durante uma viagem de Bolsonaro.

A PF identificou que o relógio foi adquirido posteriormente, quando os acusados temeram que o Tribunal de Contas da União (TCU) determinasse a devolução dos presentes para que fossem incorporados ao acervo da União.

Leia mais no Correio Braziliense

Foto: Antonio Augusto/TSE