Bolsonaro revolta e indigna mulheres assediadas na Caixa

Caixa encerrou as investigações internas sobre as denúncias de assédio moral e sexual do ex-presidente do Banco contra servidores da instituição, mas evitou divulgar a conclusão

Diamantino Junior

Publicado em: 26/10/2022 às 13:06 | Atualizado em: 26/10/2022 às 13:06

Em carta aberta, denunciantes no caso de suposto assédio envolvendo o então presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, consideraram “estarrecedora” a declaração feita pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre o caso.

Em entrevista ao site “Metrópoles”, exibida nesta segunda-feira (24/10), Bolsonaro disse que não viu “nada de contundente” nas denúncias que foram apresentadas. Na ocasião, as mulheres relataram toques indesejados e convites inapropriados em eventos, gabinetes, garagem e dentro de carro da Caixa.

Nesta terça-feira (25), as denunciantes reagiram com “revolta” e “indignação” à fala do mandatário e lamentaram que tenham tido a sua palavra posta em dúvida em contribuição ao processo de revitimização.

“Acima de tudo, é motivo de indignação e revolta que, ao minimizar a dor e o sofrimento já expressos em inúmeros depoimentos perante a Corregedoria da Caixa, o Ministério Público do Trabalho e, no âmbito criminal, o Ministério Público Federal, as vítimas tenham sua palavra posta em dúvida em contribuição ao processo de revitimização que um Presidente da República deveria ter como compromisso combater”, disseram as denunciantes.

Leia mais

Achado morto na Caixa diretor que investigava assédio sexual e corrupção

Na semana passada, a Caixa confirmou o encerramento das investigações internas sobre as denúncias de assédio moral e sexual de Guimarães contra servidores da instituição, mas evitou divulgar a conclusão.

“O banco não divulga o documento, pois somente as autoridades competentes poderão quebrar o sigilo do conteúdo”, disse o banco, em resposta por escrito.

A informação foi antecipada pela revista Veja. Segundo a reportagem, o relatório enviado ao Ministério Público tem 490 páginas.

Guimarães foi exonerado da presidência da Caixa no dia 29 de junho após o portal Metrópoles revelar que o MPF investigava as denúncias de abuso. Daniella Marques o substituiu no cargo.

Leia mais no Notícias ao Minuto

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil