Boicote a hospital é crime, diz Secretaria de Estado da Saúde

Secretária reage a ameaça de boicote da ortopedia do 28 de Agosto no período de festas de Fim de Ano

Em 30 dias, novo 28 de Agosto triplica cirurgias ortopédicas

Neuton Correa, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 23/12/2024 às 04:38 | Atualizado em: 23/12/2024 às 05:11

Chamada pelo MInistério Público do Amazonas (MP-AM) a participar de reunião para tratar da situação do Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto e o Instituto da Mulher Dona Lindu, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) confirmou presença na conversa.

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Boicote

Contudo, a pasta mostrou desconfiança a possível boicote ao complexo hospitalar e o ânimo que move a pasta a ir à reunião com o MP-AM. Dessa reunião, às 10h, na sala do Gaeco, participará também o Instituto de Traumato-Ortopedia do Amazonas (ITO-AM).

A desconfiança com o boicote ocorre em meio às informações que circulam de que os ortopedistas vão parar o setor nas próximas horas. Caso isso ocorra, seria um caos, pois nos períodos de Natal e Ano Novo os atendimentos dobram na rede de saúde pública.

A crise no 28 de Agosto e Dona Lindu se abriu depois que o Governo do Estado trocou a gestão do Complexo Hospitalar Zona Sul (CHZS) por uma Organização Social (O.S.). Nesse caso, mexeu com os interesses financeiros do ITO-AM.

A medida não é nova nem será a última a ser tomada pelo Estado. Foi o que revelou na semana passada, em entrevista ao jornalista Ronaldo Tiradentes o governador Wilson Lima. O.S. já opera no Hospital Delphina Aziz e esse modelo não está descartado e pode ser aplicado também a outro pronto-socorro: o João Lúcio, na Zona Leste de Manaus.

Ânimo acirrado

Em texto enviado à mídia, a titular da pasta, Nayara Maksoud, disse estar “a postos” para esclarecer o que aconteceu no 28 de Agosto.

No entanto, expôr sua desconfiança ao possível boicote e disse:

“Esse tipo de articulação, caso comprovado, é absolutamente criminoso e mostra um total descomprometimento com a saúde pública. Não podemos permitir que interesses pessoais ou institucionais coloquem em risco o atendimento da população do Amazonas. Queremos crer que isso não esteja acontecendo, pois trata-se de uma conduta grave e inaceitável. E reafirmo: a nova equipe do 28 está atuando de forma coesa, o número de cirurgias foi duplicado na unidade”

Nayara Maksoud, titular da SES.

No texto, a secretária diz também que o Estado não vai esperar a ameaça se confirmar.

“A SES-AM tão logo tomou conhecimento da possível paralisação adotou medidas. São ações para assegurar o pleno funcionamento da rede estadual de saúde e o atendimento à população”.

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Investigações

O Procedimento Administrativo n.º 09.2024.00000777-2, do MP-AM, investiga possíveis paralisações indevidas e ações que ferem as obrigações contratuais e o bom funcionamento do sistema de saúde e comprometem diretamente a prestação de serviços essenciais e impactam negativamente a população, especialmente em um período como o final do ano.

Foto: Divulgação/ Secom