Barra Torres honra Marinha, Pazuello envergonha Exército

Atuação do presidente da Anvisa no depoimento na CPI da covid expôs Bolsonaro e generais do Exército, principalmente o ex-ministro da Saúde

Barra Torres Exército

Aguinaldo Rodrigues, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 12/05/2021 às 10:56 | Atualizado em: 12/05/2021 às 10:56

Na CPI da covid (CPI da pandemia) no Senado, ontem (11), Barra Torres expôs Bolsonaro e Pazuello, além do Exército. E fez isso apenas cumprindo o compromisso de falar a verdade.

Contudo, o contra-almirante diretor-presidente da Anvisa foi além. Começa que não correu da convocação da CPI. E apresentou com sinceridade pensamentos divergentes do seu chefe, o presidente Jair Bolsonaro.

Criticou a cloroquina, defendeu a vacina e a ciência e criticou o negacionismo de Bolsonaro.

Ao mesmo tempo, expôs outras figuras públicas. Por exemplo, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. E, principalmente, o ex-titular da pasta Eduardo Pazuello.

Barra Torres se posicionar com firmeza e tranquilidade aos muitos questionamentos. E não só os encarou como também esclareceu muita coisa.

Como, por exemplo, a diferença na qualidade de formação técnica e ética nas Forças Armadas. Isso é demonstrado hoje pelos altos oficiais da Marinha e Exército no governo Bolsonaro.

Para os analistas políticos, Barra Torres orgulhou, honrou, a Marinha.

Mostrou que a lógica do “um manda e outro obedece” é falsa. Mesmo que o mandante seja um amigo.

Assim, Barra Torres maculou generais do Exército, que são maioria no governo Bolsonaro. Mostrou que princípios e valores que sustentam o serviço militar também servem ao público,

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Por exemplo, expôs o general Luiz Eduardo Ramos, ministro-chefe da Casa Civil. Este foi o que tomou vacina escondido do chefe. Além de ser um dos sabotadores da imunização contra a covid no Brasil.

Mas, o principal atingido com a atitude de Barra Torres foi o general Eduardo Pazuello, militar da ativa do Exército.

Para muitos, o militar do mais alto posto envergonha o Exército e sua farda. Tudo por uma atuação subserviente, que fazia tudo “que seu mestre mandava”.

E, já fora do ministério, deixou ao país mais uma imagem ruim. Foi ao fugir da CPI da covid. Para muitos, inventou uma quarentena para não estar com os senadores. Todavia, o general da ativa foi bater continência ao capitão reservista.

Vendo se aproximar o dia 19, dia marcado pelo presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), para depor como testemunha, o general tenta continuar fugindo.

E para isso, quer guarida do STF (Supremo Tribunal Federal) para não ter de dizer a verdade.

Em síntese, Pazuello leva vergonha ao Exército. E derrota à batalha da moral e ética no serviço público.

Foto: Reprodução/vídeo