ZFM: empresas podem parar com greve de auditores agropecuários

As cargas já se acumulam nos portos e aeroportos de Manaus e Itacoatiara, gerando preocupações entre as empresas associadas ao Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam).

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 05/03/2024 às 18:35 | Atualizado em: 07/03/2024 às 10:56

A greve dos auditores fiscais agropecuários, do Ministério da Agricultura e Pecuária, está avançando e empresas do polo industrial da Zona Franca de Manaus (ZFM) já falam em parar suas operações por falta de insumos.

O movimento dos auditores começou no dia 22 de janeiro deste ano.

A informação, recheada de preocupações, vêm de empresas associadas ao Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam).

Segundo essas empresas, os auditores agropecuários do Amazonas estão em operação-padrão e as cargas estão se acumulando nos portos e aeroportos de Manaus e Itacoatiara, fazendo com que as empresas fiquem sem insumos para fabricar.

Para amenizar as preocupações dos empresários do polo industrial de Manaus, o presidente executivo do Cieam, Lúcio Flávio de Oliveira, disse que a entidade está acompanhando toda movimentação da greve, mas até o presente momento os fiscais agropecuários, em Manaus, estão trabalhando.

“O que ocorre é número reduzido de fiscais para o número de recintos a serem alfandegados, sendo dois fora de Manaus”.

Da mesma forma, o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) disse não haver paralisação [ainda] de atividades no Amazonas.

Reivindicações

Há três meses, os servidores do ministério estão em mobilização, reivindicando melhorias na carreira. E, nesta segunda-feira (4), 98% deles recusaram a contraproposta de reestruturação da carreira encaminhada pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.

Por conta disso, os auditores fiscais federais agropecuários vão continuar a mobilização nacional que reivindica a valorização da carreira responsável pela segurança dos alimentos no Brasil.

O presidente do Anffa Sindical, Janus Pablo, diz que o movimento não se caracteriza como greve e, por isso, as atividades essenciais de defesa agropecuária continuam sendo realizadas normalmente, dentre elas:

– diagnóstico de doenças e pragas previstas em programas de controle do Ministério da Agricultura e Pecuária;

– emissão de certificado veterinário internacional para viagem de pet;

– vistoria de cargas vivas e perecíveis.

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Horas extras

“A nossa mobilização não implica greve ou paralisação das atividades de defesa agropecuária ou operações padrão. No entanto, durante a mobilização, os auditores agropecuários optam por não realizar horas extras não remuneradas. A prioridade é dada à análise e liberação de produtos perecíveis e cargas vivas, enquanto o processo de liberação de cargas em portos para exportação pode ser afetado em termos de velocidade”.

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