Arthur Neto se emociona ao falar sobre prisão de Lula

Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 07/04/2018 às 08:17 | Atualizado em: 07/04/2018 às 08:17

Por Rosiene Carvalho, da Redação

O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), lamentou e se emocionou, nesta sexta-feira, dia 7, ao comentar a condenação e o decreto de prisão do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT). Arthur disse que “dói” ver o maior líder sindical da América Latina com o histórico de retidão e coragem terminar condenado e preso por corrupção. O tucano foi líder da oposição na gestão de Lula no Planalto.

“Tenho muita tristeza de ver aquela pessoa que teve um passado tão bonito, tão brilhante,  que foi o maior líder sindical que a América Latina já produziu e essa pessoa ser condenada por uma coisa… por corrupção. Eu lamento muito. Lamento muito.  Adversário, sim. Me tratou como inimigo, foi extremamente desleal comigo na minha eleição de 2010. Mas nada disso apaga, o que conheço da história dele, o que eu sei que ele fez”, declarou o tucano.

Arthur Neto lembrou que ele e Lula estiveram do mesmo lado na luta pela redemocratização do País.

“Tenho sentimento muito contraditório. Porque tive a honra de participar ao lado dele de momentos de resistência democrática. Eu me lembro que uma vez estava em Vitória, junto com ele, e fomos juntos para uma cidade do Mato Grosso e ele me chamou debaixo do palanque e me disse: ‘Arthur acabou tudo porque o presidente Figueiredo decretou estado de emergência’, que era um estado de sítio na verdade, uma violência contra a democracia. E encarregou o general Milton Cruz de executar a emergência. Ele, então, me disse que não ia para Mato Grosso, ia para Brasília porque a coisa ia ferver. E disse para eu representá-lo e  disse que o representaria com muito prazer”, contou o prefeito.

Ao final da entrevista, depois que encerrou a filmagem, o prefeito se emocionou e disse que não havia alegria em ver uma biografia como a de Lula terminar com este registro.

O tucano disse que o que o deixa tranquilo é observar que as instituições do País estão funcionando sem seletividade.

“Eu tenho um pouco essa dor. De ver que uma pessoa com toda aquela coragem, com todo o passado de retidão cai nessa  armadilha, nessa tentação. Não me alegra. Mas, por outro lado, eu fico muito tranquilo de ver que temos um País com as instituições funcionando cada vez mais à base de que a lei é igual para todos e todos devem se submeter a ela”, avaliou.

 

Foto: BNC