Apoio de Wilson Lima a Bolsonaro põe o PT de vez na corrida ao Senado

A presença do governador do Amazonas, Wilson Lima (União), na manifestação bolsonarista em favor da anistia dos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, na avenida Paulista, neste domingo (6), traz mudanças significativas no cenário pré-eleitoral de 2026.

Dessa forma, com a “endireitada” explícita de Wilson Lima, cai por terra, pelo menos nesse momento, a costura política que o governador e seu partido, o União Brasil, estariam fazendo com os senadores Omar Aziz (PSD-AM) e Eduardo Braga (MDB-AM).

Tais conversas seriam para compor uma chapa forte ao governo do Estado, Senado e apoio à reeleição do presidente Lula.

Assim, Omar Aziz segue na provável candidatura a governador, Eduardo Braga disputando uma vaga ao Senado e, nesse cenário, Wilson Lima comporia para buscar a segunda cadeira de senador da República.

E essas conversas, tentativas de aparar as arestas de outras eleições, vinham ocorrendo. Tanto que as agendas institucionais do governador Wilson Lima com o governo do presidente Lula vinham se tornando cada vez mais frequentes em Brasília e no Amazonas.

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No entanto, a partir desse “descarte” de Wilson Lima, entra forte no game o Partido dos Trabalhadores (PT). E o nome mais forte, até aqui, para compor a chapa Omar-Braga é o do ex-deputado Marcelo Ramos.

Dessa forma, Ramos entraria como o segundo nome ao Senado, formando dupla com Braga. Ou viria na chapa de Aziz como vice-governador.

Isso porque os dois suplentes do atual mandato de Omar Aziz são do PT: Cheila Moreira e João Pedro, primeiro e segundo suplentes respectivamente.

Críticas

Desse modo, o ex-deputado Marcelo Ramos se manifestou, neste domingo, sobre a presença do governador Wilson Lima no evento da avenida Paulista.

“Ele (governador) pode ir para onde bem entender, desde que isso não tenha sido feito às custas de dinheiro do contribuinte. Por outro lado, só demonstra que para ele vale mais o interesse eleitoral que o interesse do povo do Amazonas”, declarou Ramos.

Na avaliação do advogado e ex-deputado federal, não haverá anistia e o projeto de lei sequer será pautado na Câmara.

E prosseguiu Ramos:

“Lula só fez e continua fazendo o bem para o Estado do Amazonas, protegeu a ZFM, não para de mandar recursos do Minha Casa, Minha Vida, pé de meia, mais médicos. Já Bolsonaro, nunca fez nada pelo Amazonas. Falta ao governador postura de estadista e da grandeza do cargo que ocupa”.

Chapa direita

Segundo analistas e fontes próximas a Wilson Lima, essa mexida no tabuleiro político do governador do Amazonas e a manifestação explícita de seu apoio ao ex-presidente Bolsonaro são com base em números, pesquisa, estatística, considerados seus “oráculos”.

Com isso, Wilson Lima larga a mão de Omar Aziz e Braga e se aproxima do pré-candidato de Bolsonaro ao Senado, o deputado Capitão Alberto Neto (PL-AM). Essa, então, seria a dupla para disputar as duas vagas de senador.

Resta saber quem será a cabeça de chapa ao governo da direita bolsonarista no Amazonas: o prefeito David Almeida? O vice-governador Tadeu de Souza? Ou será uma chapa-camarão, sem uma cabeça? A conferir nos próximos lances e jogadas no tabuleiro eleitoral.

Fotomonagem: BNC