Amazonas demite diretor de órgão ambiental após operação da PF
PF investiga corrupção no Ipaam com prejuízo bilionário e afasta diretor e servidores.

Diamantino Junior
Publicado em: 09/12/2024 às 19:44 | Atualizado em: 10/12/2024 às 11:04
Após a deflagração de uma operação da Polícia Federal (PF) contra corrupção no Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), o diretor-presidente Juliano Valente foi afastado nesta segunda-feira (9/12). As investigações apontaram que servidores do órgão utilizavam seus cargos para práticas ilegais, como a emissão de licenças ambientais fraudulentas, suspensão de multas e autorizações para desmatamento irregular, gerando um prejuízo estimado de R$ 1 bilhão.
A ação é um desdobramento da Operação Greenwashing, que anteriormente já havia identificado fraudes fundiárias em Lábrea, no sul do Amazonas, onde cerca de 538 mil hectares de terras públicas foram ilegalmente apropriados.
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Entre 2016 e 2018, o esquema se expandiu para inserir dados falsos no Sistema de Gestão Fundiária (SIGEF), contando com a participação de servidores públicos e técnicos responsáveis.
Nos últimos três anos, as atividades ilícitas avançaram para as regiões de Apuí e Novo Aripuanã.
Segundo a PF, os envolvidos na operação atual já haviam sido indiciados em 2019 durante a Operação Arquimedes, que investigava crimes semelhantes.
Nesta nova fase, estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão e prisões preventivas, expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal de Manaus.
Em nota, o Governo do Amazonas afirmou que está colaborando com as investigações e que afastou e exonerou os servidores envolvidos. “Todas as atividades desenvolvidas pelos órgãos estaduais são pautadas na transparência e legalidade em suas ações”, declarou o governo, reforçando que não compactua com práticas ilícitas.
Até o momento, o Ipaam não se manifestou sobre os servidores envolvidos nem detalhou as medidas administrativas que serão tomadas após a operação.
A investigação marca o combate a crimes ambientais e corrupção no Amazonas, com impactos profundos na preservação da floresta e na gestão pública estadual.
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