Amazonas reivindica paternidade da urna eletrônica
A primeira máquina, semelhante à que a Justiça Eleitoral usa desde 1996, foi criada pela Universidade de Tecnologia da Amazônia (Utam)

Neuton Corrêa, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 20/02/2025 às 19:36 | Atualizado em: 20/02/2025 às 21:14
A primeira reunião do ano do Conselho de Desenvolvimento do Amazonas (Codam), neste dia 20 de fevereiro, em Manaus, se transformou em ato público de reivindicação de paternidade da urna eletrônica, hoje amplamente usada nas eleições até fora do Brasil.
A primeira máquina, semelhante à que a Justiça Eleitoral usa desde 1996, e aí que se tornou símbolo de orgulho e excelência em votação e apuração no Brasil, foi criada pela Universidade de Tecnologia da Amazônia (Utam).
Essa instituição estadual, que nasceu em 1973, mas que em 2001 foi incorporada à Universidade do Estado do Amazonas (UEA), foi que criou, desenvolveu e a usou, pela primeira vez, em um pleito interno em 1981.
“ Pouca gente sabe disso. E pouca gente sabe, porque nós não falamos. Então, eu me sinto na obrigação de falar”, afirmou o secretário de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), Serafim Corrêa.
Conforme contou, na ocasião a urna eletrônica amazonense virou notícia nacional, chamando a atenção do ministro da Justiça de então, Ibrahim Abi-Ackel.
“O ministro veio a Manaus conhecer o projeto”.
Corrêa levantou a reivindicação da paternidade na reunião do Codam, que analisa propostas de investimentos no polo industrial da Zona Franca de Manaus (ZFM) com incentivos fiscais do estado.
Citando o professor Hugo Menezes, um dos idealizadores da urna eletrônica, Corrêa disse que o reconhecimento do pioneirismo é uma questão de justiça com o Amazonas.
“Ele está perto de completar 90 anos e nunca foi reconhecido por esse feito”.
Dessa forma, o professor recebeu uma placa de reconhecimento das mãos do governador Wilson Lima, que presidiu a reunião do Codam.

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Ligação com a ZFM
E qual a ligação desse fato histórico com o polo industrial da ZFM?
É que o modelo que financia a UEA, produtora de conhecimento e inovação.
“No mesmo momento em que concedemos incentivos de ICMS, estabelecemos as condições para que as empresas possam usufruir dos benefícios. E uma dessas condições, senhores, é a contribuição para a UEA, que em 2024 recebeu R$ 840 milhões do polo industrial”, disse Lima.
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Testemunho
Presente ao evento, a vice-presidente do TRE-AM, desembargadora Nélia Caminha, disse que também era uma das pessoas que desconhecia a origem da urna eletrônica.
“Acho importante a divulgação da criação da urna, que eu não sabia. Vim saber há semanas que esse projeto partiu aqui do Amazonas. É importante divulgarmos os nossos valores”.

Fotos: BNC Amazonas