Alckmin, Wilson e Omar defendem mineração na reunião do CAS

Pela primeira vez, exploração de minério no Amazonas entrou forte numa sessão do Conselho de Administração da Suframa

Alckmin Omar e Wilson CAS Mineração

Neuton Corrêa, Ednilson Maciel e Hudson Lima, do BNC AMAZONAS

Publicado em: 24/03/2023 às 22:27 | Atualizado em: 25/03/2023 às 00:02

O vice-presidente da República e ministro (MDIC) Geraldo Alckmin, o governador Wilson Lima (União) e o senador Omar Aziz (PSD) defenderam hoje, em Manaus, a exploração de minérios no Amazonas.

A ideia, porém, vai de encontro à agenda ambiental do presidente Lula e da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.

A defesa da mineração foi feita durante reunião do Conselheiro de Administração da Suframa (CAS).

A ideia é diversificar a matriz econômica do estado, hoje extremamente dependente da Zona Franca de Manaus (ZFM).

Alckmin

O assunto foi puxado pelo ministro, ao criticar a demora do país em resolver o impasse sobre a exploração da mina de potássio existente no município de Autazes.

Ela é considerada a maior reserva nacional do mineral no país.

“Não é possível levar cinco anos para discutir se a competência jurídica (para licenciar a mina) é do Ibama ou do Ipaam”, disse ressaltando.

“Isso (o potássio) pode ser um dos maiores investimentos do país nessa mina de potássio, para o Brasil deixar de importar 98% do potássio”, destacou.

Ele prometeu empenho na solução desse impasse e argumentou que, com o gás natural, já explorado no Amazonas, em Silves e Coari, o Estado pode se tornar uma potência em produção de insumos agrícolas.

“É uma oportunidade excepcional”, sentetizou.

Omar

Já o senador Omar Aziz abordou o assunto, dizendo ser contra Lula em relação à mineração.

Para ele, a guerra do governo federal contra o garimpo ilegal não vai acabar com a atividade.

“Veja o que está acontecendo hoje. Não vai parar. Pode prender, pode tocar fogo. Não vai acabar”.

Ele deu informação para mostrar o quanto o Brasil perde por não organizar a mineração na região. Segundo ele, enquanto Brasil perde, a Venezuela ganha”.

“Sabe quantos quilos de ouro estão tirando por mês do Japurá e mandando para a Venezuela? 500 quilos”.

Omar Aziz sugere o que chamou de lei sustentável para a exploração das riquezas do subsolo.

“Não há investimento nenhum pra gente, só depredação. Poderia muito bem ter uma lei sustentável. Você pode tirar essa riqueza e ajudar a população que mais precisa no interior do Amazonas. É essa a diferença”.

Wilson

O governador Wilson Lima também defendeu a mineração no Estado como forma de diversificar a matriz econômica do Estado.

Para Wilson, o potássio de Autazes ajudaria o Brasil a reduzir a importação de insumos agrícolas em torno de 25% por um período de 30 anos.

O governador ainda sugeriu que esse mineral pode ter potencial ainda maior no Amazonas. Ele informou, por exemplo, que, além de Autazes, outros municípios também possuem reserva de potássio.

O sim de Alackmin

Ao fim do evento, arrematando os discursos de Omar e Wilson e dele próprio, o ministro Geraldo Alckmin citou a cidade de Canaã dos Carajás (PA) como exemplo de sucesso em extração legal de minério.

“Da importância da mineração bem feita, mineração legal, mineração respeitando o meio ambiente, pergunto pra vocês: qual o município mais rico per capta, se dividir pelo número de habitantes da cidade, qual é o PIB per capita maior do Brasil?”

Ele mesmo respondeu:

“Não é em São Paulo, nenhum município de São Paulo. Não é no Rio de Janeiro, não é em Minas Gerais, não é no Paraná. O maior PIB per capta do Brasil em Canaã dos Carajás (PA)”.

CBA

Além de mineração, Alckmin também falou sobre o Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA). Ele prometeu que, em uma semana, o governo dará solução ao velho problema de gestão da institutição.

O decreto que irá tonar personalidade jurídica própria, segundo ele, já está pronto.

Foto: Ronaldo Siqueira