8 de Janeiro: petistas torcem nariz a chefes militares no ‘Abraço à Democracia’
A participação dos líderes militares no evento de 8 de janeiro divide opiniões no governo. José Múcio afirma que a cúpula militar sempre se opôs aos atos golpistas.

Diamantino Junior
Publicado em: 07/01/2025 às 13:04 | Atualizado em: 07/01/2025 às 13:04
A presença dos comandantes das Forças Armadas no evento “Abraço à Democracia”, que marca os dois anos dos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, gerou críticas em setores do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ministro da Defesa, José Múcio, porém, defende a participação como um símbolo de oposição das Forças Armadas à tentativa de golpe no país, ressaltando o papel de pacificação institucional promovido desde o início de seu mandato.
A presença dos comandantes do Exército, general Tomás Paiva, da Aeronáutica, brigadeiro Marcelo Damasceno, e da Marinha, almirante Marcos Olsen, no evento “Abraço à Democracia” tem gerado polêmica em setores do governo Lula.
Críticos afirmam que a participação não condiz com o passado recente de alguns militares durante o governo de Jair Bolsonaro. Entretanto, o ministro da Defesa, José Múcio, considera que essa presença reforça o posicionamento das Forças Armadas contra os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e o planejamento antidemocrático anterior.
José Múcio tem defendido que, mesmo durante o governo Bolsonaro, a cúpula militar se opôs a aventuras golpistas.
Ex-comandantes como Freire Gomes (Exército) e Baptista Junior (Aeronáutica) teriam deixado claro ao ex-presidente que não apoiariam intervenções militares.
Apesar de desempenhar um papel crucial na pacificação entre o governo e as Forças Armadas, Múcio admite a aliados estar cansado das críticas internas e já manifestou ao presidente Lula o desejo de deixar o cargo.
Lula, no entanto, insiste na permanência do ministro, destacando sua importância estratégica para estabilizar a relação com os militares.
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Foto: Lula Marques/Agência Brasil