A Crítica, Wilson Lima e a autoridade do governador

A Crítica parece ainda não ter compreendido que o governador Wilson Lima, há muito, já não é mais seu empregado

A Crítica Wilson governador autoridade

Neuton Corrêa, do BNC Amazonas

Publicado em: 03/05/2024 às 07:09 | Atualizado em: 03/05/2024 às 07:25

No editorial em que se manifesta sobre a decisão do governador Wilson Lima de ampliar a divulgação do Festival Folclórico de Parintins, trazendo de volta a TV Globo para o mercado da festa dos bois, três detalhes chamam atenção no posicionamento da TV A Crítica.

O primeiro deles, que lembra estrutura de textos arcaicos, apela à memória do fundador da empresa sobre a cobertura do evento, em 1988. É como se o presente fosse insuficiente para sustentar a defesa de suas argumentações. É Hesíodo precisando das musas de Hélicon.

O segundo, quando diz que a emissora recebeu com surpresa a informação de que teria que dividir o produto com sua concorrente. Não pode ser surpresa, porque desde o dia 6 de fevereiro, portanto há quase três meses, notícia-se o interesse da Globo pelo festival.

Por fim, o terceiro detalhe do editorial é quando a empresa tenta desqualificar a autoridade do governador, chamando-o de porta-voz de empresa privada.

Isso é reação natural dos enforcados, mas os três detalhes podem trazer à tona questões mais elevadas sobre o que aconteceu nesse episódio. Todas essas questões, de alto valor simbólico.

A arte imita a vida

Por ilustração, esse episódio lembra uma cena do filme “Mauá: o imperador e o rei”.

É aquela em que Irineu Evangelista, o Barão de Mauá (Paulo Betti), põe o imperador Pedro 2º (Rodrigo Penna) para assentar o primeiro dormente daquela que seria a primeira ferrovia do Brasil, a Estrada de Ferro Mauá.

Na saída do evento, suando após jogar terra numa carrinho de mão, cutucado pelo visconde Feitosa (Othon Bastos), seu assessor, Pedro 2º, reflete.

“Foi um erro, um erro do senhor Irineu. Ele não compreende, ainda, que o império não está a seu serviço; que ele, sim, deve estar a serviço do império”.

Wilson, governador

No caso da transmissão, o editorial deixa claro que a empresa A Crítica ainda não compreendeu que Wilson Lima tomou uma decisão dentro das atribuições primordiais para o funcionamento e o desenvolvimento do Estado.

Ao ampliar a divulgação do festival para além do Amazonas, em escala nacional e internacional, Wilson agiu à altura daquilo que se espera de um governante.

Na verdade, ele não contrariou nem agiu por interesses privados. Ao contrário, viu no negócio a possibilidade de converter o crescimento da festa em benefícios econômicos e sociais para o povo do Amazonas. O tempo se encarregará de mostrar os resultados.

Simbolicamente, nesse episódio, Wilson Lima mostra que tem a medida exata do cargo, da autoridade e do poder que ocupa.

Já A Crítica, por sua vez, parece ainda não ter compreendido que Wilson Lima, há muito, já não é mais seu empregado.

Leia mais

Globo destaca bois Caprichoso e Garantido no festival de Curitiba

A Crítica some, Globo triunfa em Parintins com Caprichoso e Garantido

Globo dá novos sinais de que vai transmitir festival de Caprichoso e Garantido

Globo, Caprichoso e Garantido na reunião com governo, TV A Crítica não aparece

Globo já trata com Caprichoso e Garantido jogar festival para o país

Foto: BNC Amazonas