Pelo voto consciente

"O voto é o principal instrumento do regime democrático, cuja premissa é sustentar um governo do povo para o povo"

Mariane Veiga, editorial | Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 02/10/2022 às 07:00 | Atualizado em: 02/10/2022 às 12:38

O voto, antes de quaisquer definições apressadas, é o atestado de confiança emitido pelo eleitor a pessoas ou grupos políticos que se propõem a agir em favor do aperfeiçoamento da vida coletiva.

Assim, o voto é o principal instrumento do regime democrático, cuja premissa é sustentar um governo do povo para o povo.

Por isso, só o voto consciente pode garantir a democracia real, porque somente ele estará fora do alcance dos maus políticos.

A consciência é, na definição mais direta, a percepção do fenômeno da existência – não só humana –, mas, principalmente, da sua relação outros seres vivos.

Isso fica mais explicito quando, movido pela importância da escolha direta de gestores públicos, o eleitor, além de pensar na sua própria condição material e espiritual, também considera a qualidade da vida coletiva, que, necessariamente, depende outras vidas não humanas.

Afinal, humanos compartilham com outros animais a água, a floresta, a terras, o ar e demais recursos naturais. Dependemos uns dos outros para viver e, em determinadas circunstâncias, para sobreviver.

Os legisladores, isso em nível mundial, já vislumbraram que sem essa compreensão abrangente do mundo como morada comum não caminhares para um lugar seguro. 

Um país como o Brasil, maior produtor de alimentos do planeta, produz cenas de miseráveis disputando ossos de gado para amenizar a fome; produz a maior derrubada de floresta; assassina indígenas que defendem suas terras dos traficantes, garimpeiros e madeireiros.

Não são poucas as contradições de que se tem vida boa para alguns e vida de péssima qualidade para a maioria. Maioria que, certamente, não escolheria, em sã consciência, o seu próprio carrasco.

Logo, é preciso dizer que a consciência não é um valor natural, mas, sim, uma construção por meio da percepção de mundo de cada pessoa.

O eleitor não consciente da importância do seu voto está propenso a criar problemas para si e para outros, inclusive para o planeta.

O apelo ao voto conduzido pela razão e pelos fatos nunca foi tão necessário para afastar o Brasil das forças retrógadas, antidemocráticas e fascistas. O País não pode retroceder nas conquistas sociais e econômicas da Constituição Cidadão de 1988.

A nova Carta, resultada luta do povo contra a ditadura militar (1964-1985), não pode e não deve ser rasgada pelos asseclas do autoritarismo latente ou manifesto.

O Brasil precisa do eleitor consciente para consolidar o seu projeto de democracia real, cuja meta é acolher todos e todas com suas diferenças de pensar e agir. Ou seja: na democracia, existe espaço para o confronto de ideias, para o exame das contradições, situações que devem ser superadas pelo diálogo. Na democracia não há lugar para o ódio nem para a mentira ou rancor.

Então, recomendamos que o seu voto deve ser dado àquele(a)s que prezam e zelam pelos valores da democracia.

Votar em candidato(a)s democrático(a)s é votar na paz, no amor, na igualdade, na solidariedade e na busca de um país mais justo. 

O contrário disso, é abraçar o ódio, a arrogância, a boçalidade, o autoritarismo e o fascismo.

Vote! Vote consciente.

Foto: BNC Amazonas