Navalny, a Rússia e as confusões da esquerda

Uma reflexão sobre a morte de Alexei Navalny, suas posições neonazistas, a política russa de direita e as visões conflitantes da esquerda, destacando a importância de distinguir entre esses elementos.

Diamantino Junior

Publicado em: 28/02/2024 às 16:00 | Atualizado em: 28/02/2024 às 16:00

Por Lúcio Carril*

Passados uns dias da morte de Alexei Navalny, é bom que se diga que se tratava de um neonazista, com suástica tatuada no braço e discurso de ódio contra os imigrantes. Dizia que eram baratas que deveriam ser tratadas à bala, principalmente os povos do Cáucaso, região que abriga cerca de 100 etnias.

Claro, sua morte precisa ser investigada, mas não acho que Putin seria tão estúpido para criar um fato mundial mandando matar alguém que já estava preso e sem clamor popular por sua libertação.

O povo russo rechaçava Navalny por se tratar de um neonazista, fundador de uma organização neonazista, o Narod, e conhecido por sua militância nesse movimento bárbaro.

27 milhões de russos morreram na luta contra o nazismo e seu povo repugna qualquer referência a esse movimento no seu território.

É bom que se diga que Putin é um representante da direita russa e tem como sustentação os oligarcas russos, milionários e bilionários que dominam os meios de comunicação e têm forte influência política.

Vejo gente de esquerda defendendo Putin, como se a Rússia ainda fosse a “pátria-mãe”. Um equívoco.

A Rússia é um país capitalista, com um governo elitista e de direita.

A única coisa que une a Rússia à esquerda é sua posição contra o Estados Unidos, este sim um risco permanente à paz mundial e à soberania dos povos. Além disso, a Rússia está nos BRICS e é uma aliada dos países que buscam uma nova ordem mundial.

A mídia patronal que domina a informação de massa no Brasil e no mundo alimenta esse conflito com a Rússia, criando notícias falsas e falaciosas, como se ainda vivêssemos na Guerra Fria, fato que só é reforçado pela ignorância bolsomínica.

É preciso distinguir as coisas, para não ficarmos igual essa turba oligofrênica.

*O autor é sociólogo

Foto: fotospúblicas