Não é o que esperávamos

Todo mundo querendo um cargo, sem se preocupar realmente naquilo que uma transição deve fazer, colher dados e fazer um diagnostico da situação

Neuton Correa, por Flávio Lauria

Publicado em: 19/11/2022 às 20:01 | Atualizado em: 19/11/2022 às 20:11

Para inicio de conversa, acho que qualquer um, até o famoso Bombalá, um louco que junto com a Carmem Doida, eram figuras do cotidiano manauara, seriam melhores presidentes do Brasil do que o Jair. 

Não sou petista, mas tirar o Jair, me deu muito prazer. Porém vejam só o que esta acontecendo na transição, ou na equipe de transição do governo Lula.

Egocentrismos aflorados, todo mundo querendo um cargo, sem se preocupar realmente naquilo que uma transição deve fazer, colher dados e fazer um diagnostico da situação. 

O que nós estamos vendo neste nosso Brasil, hoje, infelizmente, não é nada daquilo que pensávamos quando, estrondosamente, sufragamos os irrequietos barbudinhos do PT para nos comandar. 

É paradoxal, mas é a verdade. 

Nem ao menos atingiram um mês completo antes da posse e os estrelas vermelhas “salvadores” da Pátria já começaram a nos encher o saco. 

Primeiro, anotem, eles desdizem tudo o que pregavam na campanha, fora o auxilio Brasil, faz muito pouco tempo quando gritavam, esperneavam, xingavam e até agrediam pessoalmente os então governantes adversários.

Agora estão vociferando o mesmo, e pior, exaltando-se na defesa de um poder que não sabem maestrá-lo, sequer entender-se nas suas próprias rinhas, antes esquerdizantes – para não lembrar de Bobbio e suas configuradas díades sepultadas pelo entusiasmo simplório do mando.

Segundo, terceiro e quarto e nos quintos de et ceteras, se mostram arredios com a coerência que simbolizava a marca partidária, empregando-se contra os empregados e a favor dos empregadores; querem fritar os aposentados e cuspir as espinhas da dignidade daqueles incansáveis trabalhadores (o professor Cardoso FH chamou os aposentados de vagabundos e o PT os tratam como tais), enquanto os marajás de autarquias e fundações vivem nababescamente de salários astronômicos; descumprem a Constituição e exaltam as vicissitudes do vigarismo político, representado pelo seu apadrinhado presidente da Câmara dos Deputados, André Correa que declaou pela Imprensa, em palavras mais claras, que enganaram o povo para poder chegar ao Poder; prometeram acabar com a fome no País, se deslumbrando em banquetes e churrascos nas granjas tortas de paus tortos, sem o mínimo de planejamento para executar o projeto – aliás, que se fosse verdade e obstinadamente perseguido, seria a redenção da consciência da elite rica e podre, que, intumescidos, luxam agouros pelas coxias do Planalto ou nas tapadeiras da avenida Paulista. 

Coitado do presidente barbudinho Lula! Bom papo, irreverente, populesco, orador do singular, operário aposentado, grande negociador e inteligente demais – tanto que saiu de Caetés para São Bernardo do Campo e acabou no púlpito da presidência da República.

Arranjou um vice-presidente sem barba seu adversário ferrenho em meio a uma avalanche de nelores gordos, pensando que paulista não fala – só age à surdina – e já está dando no que já deu. 

O homem está falando demais – que nem o Itamar e o recém-falecido Aureliano.  

Cercou-se de outro “imberbe”, o Hadadd, de priscas eras de anarquias irracionais, e vai entrar pelo cano, pois ele não pensa em outra coisa senão substitui-lo no cargo futuramente. 

Que azar também se juntar a estes que não deixaram a barba crescer. Por sua vez, os caiporas dos outros auxiliares, cheios de lambanças, barbudinhos de carteirinha, tecnocratazinhos de conversa fiada, não fazem nada – só ameaçam -, mandam para o Congresso, um pedido de duzentos bilhões a mais no orçamento. E nós, povo brasileiro, o povo da obra do saudoso Darcy Ribeiro, que até hoje vive curvado ao patriciado e ao patronato delinqüente, passou a sofrer da síndrome da paralisia pela expectativa. 

Esperando pelas promessas dos expoentes barbudinhos e pelas bravatas justiceiras das brabas ministras que, pelo menos, encantam um bocado de abilolados. 

Lula, atordoado, vai terminar por contrariar seus princípios petistas e ter de se curvar ao capital estrangeiro. Aí, voltará a escravidão de quarto mundismo. Vamos aguardar!

O autor é professor universitário, administrador com mestrado e doutorado em Administração, especialização em Economia, escreve em blogs jornais e Facebook. Mais de 1800 artigos versando sobre diversos assuntos.

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