Vítima de explosão da Santa Casa recebe indenização após 50 anos
Fausto Biváqua tinha 11 anos e estava brincando nas imediações do prédio da Santa Casa quando foi vítima do acidente

Publicado em: 11/03/2020 às 19:04 | Atualizado em: 11/03/2020 às 19:21
Para o vigia Fausto Biváqua de Araújo, 62, vítima de uma explosão da caldeira da Santa Casa de Misericórdia, em 1970.
“Dinheiro nenhum trará a felicidade de devolver minha perna, mas traz um ar de satisfação ao saber que a justiça está sendo feita”.
Hoje, após 50 anos, ele receberá uma indenização pelo acidente sofrido. Isso graças a intervenção da Defensoria Pública do Estado (DPE-AM).
A decisão que oficializa o pagamento a ele e a outras 122 pessoas foi assinada pelo juiz Aldrin Rodrigues nesta quarta, dia 11.
O ato reuniu ex-funcionários, autoridades bem como os defensores Péricles Duarte e Adriana Martins que atuaram na ação.
O valor das indenizações varia para cada envolvido e totaliza R$ 5.652.175,99.
Ainda mais, o montante inclui salários, juros e correções monetárias.
Dessa forma, a primeira fase de pagamento contempla 75 pessoas e começa a ser efetivada ainda neste mês.
Por outro lado, os demais pagamentos serão realizados nos próximos meses.
O processo final de pagamento ocorrerá em janeiro e março de 2021.
Com atividades encerradas em dezembro de 2004, a Santa Casa teve seu prédio arrematado em leilão judicial.
A Faculdade Metropolitana, Fametro, arrematou a estrutura por R$ 9,3 milhões, em novembro de 2019.
É justamente com esse valor que as indenizações serão pagas.
De acordo com o defensor Péricles Duarte, o caso de Fausto é emblemático para a história da cidade.
“Ele tinha apenas 11 de idade e estava brincando nas imediações do prédio da Santa Casa quando foi vítima do acidente”, destacou.

Caso de Fausto Biváqua é considerado emblemático para a história de Manaus.
Segundo Péricles, Fausto procurou a Defensoria em 2006 e esta teve dificuldades porque na época os processos eram físicos e foi difícil encontrá-lo.
“Conseguimos êxito, mas o mérito é do Fausto pela perseverança e confiança na Defensoria Pública”, disse.
A defensora Adriana Martins destacou a realidade de quem espera verbas indenizatórias de instituições que se tornaram massa falida.
“Quando peguei o processo do Fausto já estava na parte final. Mas é preciso lembrar que a Santa casa era uma massa falida e nesse tipo de caso dificilmente a pessoa recebe o que lhe é de direito”.
“É uma realidade difícil para quem precisa e espera pela indenização”, destacou a defensora.
Fausto Biváqua fez questão de registrar o trabalho realizado pela DPE-AM.
“Agradeço aos três defensores que me ajudaram e sempre me atenderam muito bem. Confiei na Defensoria e ela não me abandonou”, declarou.
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Fotos: Divulgação