Terra ianomâmi está livre de garimpo e desmatamento, diz governo
É o resultado de dois anos de atuação de 33 órgãos federais após a extinção dos indígenas tentada por Bolsonaro

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 27/02/2025 às 19:27 | Atualizado em: 27/02/2025 às 20:57
O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima anunciou o desmatamento zero e a contenção da invasão de garimpeiros na Terra Indígena Ianomâmi, localizada no Amazonas e Roraima.
Para alcançar o feito, a pasta diz que foram dois anos de esforços coordenados de 33 órgãos federais para conter a invasão de garimpeiros na região e o alerta zero de desmatamento em 2024.
Uma situação oposta da situação deixada pelo governo de Jair Bolsonaro quando a morte e desnutrição de indígenas aumentou 331% nos quatro anos, segundo dados da BBC.
De acordo com o Ministério da Saúde, entre 2019 e 2022, 177 indígenas do povo ianomâmi morreram por algum tipo de desnutrição.
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Entre 2023 e 2024, o governo diz que promoveu 3.536 operações de segurança para desintrusão, incluindo 633 ações de fiscalização do Ibama, que resultaram na aplicação de R$ 69,1 milhões em multas e geraram 211 autos de infração.
“Agentes atuaram na apreensão de 418 equipamentos, veículos e suprimentos usados no garimpo – e, ainda, na destruição/inutilização de 320 acampamentos, veículos e maquinários e no embargo de 88 áreas, totalizando 566 hectares”, diz o balanço.
A pasta informa que a gravidade da situação fez com que o Governo Federal liberasse R$ 1,7 bilhão em créditos extraordinários. O trabalho foi reforçado com a implantação da Casa de Governo, em Boa Vista.
A estrutura federal foi inaugurada em fevereiro de 2024, quando passou a centralizar operações de retirada de invasores da terraindígena, consolidando a primeira política permanente na região.
Além de combater o garimpo ilegal e atuar na preservação do o meio ambiente, as iniciativas reduziram em 91% a presença de garimpos consolidados e contribuíram para a queda de 68% dos óbitos por desnutrição no primeiro semestre de 2024, comparado ao mesmo período do ano anterior.
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil