‘Tempo de retomada’, o livro, lança pré-venda
A obra ganha nova edição e já pode ser adquirido antes do lançamento, previsto para 30 de maio.

Dassuem Nogueira, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 09/05/2025 às 14:03 | Atualizado em: 09/05/2025 às 15:50
A segunda edição de “Tempo de retomada”, livro que inspirou tema do boi-bumbá Caprichoso, em 2025, tem pré-venda lançada na tarde deste dia 9 de maio.
O lançamento será feito em 30 de maio, mas o livro já pode ser adquirido em pré-venda pelo site da Autêntica Editora, no link: https://www.grupoautentica.com.br/produto/tempo-de-retomada-1732.
A capa é assinada por Diogo Droschi, sobre a ilustração de Tamikuã Txihi, artista do povo pataxó.
A primeira edição é de setembro de 2023. O livro é uma referência na literatura indígena contemporânea.

Tema do Caprichoso 2025
Truduá Dorrico respondeu ao BNC Amazonas como recebeu a notícia de que seu livro seria tema do boi Caprichoso em 2025:
“Uma semana do anúncio do tema de 2025, em agosto, Ericky Nakanome, o presidente do Conselho de Artes do Boi Caprichoso, entrou em contato comigo falando da alegria de ler meu livro e que tinham escolhido a obra como uma das fontes para o tema. O que eu nao sabia era que o tema ficou sendo exatamente o título da chamada, a minha obra se chama ‘Tempo de retomada’ e o tema ficou ‘É tempo de retomada’, e eu fiquei muito feliz por inspirar o Caprichoso, que já tem uma aproximação e uma construção intelectual junto aos povos indígenas, a endossar o que digo no meu livro, a retomada indígena é territorial e cultural, de nossos nomes ancestrais, de nossos corpos presentes na sociedade brasileira, de nossa gastronomia, de nossas vestimentas, e sobretudo, de nossa presença como povos que sempre estiveram aqui cuidando e plantando essa floresta que nos alimenta e protege hoje”.
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“A nossa retomada é ancestral”
Truduá Dorrico também respondeu que mensagem gostaria de alcançar em seus leitores:
“Tempo de retomada é uma obra escrita a partir das vivências de uma mulher indígena, que sou eu, para o Brasil, um corpo que se desloca entre outros povos, entre paisagens urbanas e rurais, pelos biomas caatinga, cerrado e mata atlântica; acadêmicas e literárias, afetivas e inimigas. Quero dizer que acredito na força de permanecer makuxi diante de todas essas experiências e trânsitos de mundo. E mais, que dá pra continuar se orgulhando de nossa história ancestral, afinal, meu povo foi um dos responsáveis, junto a outros povos-parentes, a configurar o que temos hoje de mais precioso que é a floresta amazônica. Eu espero ser lida no que tenho a oferecer de linguagem, mensagens e contradições que todo livro de poesia pode manifestar”.
A autora

Truduá Dorrico pertence ao povo macuxi, é poeta, escritora e pesquisadora de literatura indígena.
É doutora em letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Foi uma das quatro curadoras da 15ª Bienal do Livro do Ceará, neste ano.
Fotos: divulgação