Semed de Arthur Neto é alvo da PF nesta manhã
Pelo segundo dia seguido, PF está atrás de graúdos em Manaus. Operação está em curso

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 25/02/2025 às 06:21 | Atualizado em: 25/02/2025 às 15:45
Pelo segundo dia consecutivo, a Polícia Federal (PF) sai às ruas de Manaus em investigação de gente graúda da cidade.
Ontem, o alvo da PF foi o gabinete do desembargador Elci Simões. O magistrado, já afastado das funções, é suspeito de participar do pagamento suspeito de um título de R$ 150 milhões da Eletrotrobrás a um grupo de pessoas.
Hoje o alvo é a Semed (Secretaria de Educação) do ex-prefeito Arthur Neto. Empresários e gestores da pasta, neste momento, estão recebendo a visita dos agentes da PF.
Nota da Polícia Federal
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (25/2), a Operação Sem Sabor, para desarticular um esquema de fraude na dispensa de licitação e desvio de recursos públicos destinados à aquisição de kits de merenda escolar na capital. A investigação revelou que a empresa contratada não possuía capacidade operacional e foi favorecida em um processo irregular realizado em 2020, resultando em prejuízos milionários aos cofres públicos.
A operação mobiliza 30 policiais federais no cumprimento de 6 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal, em residências e sedes de empresas na capital amazonense.
As investigações começaram a partir de uma ação popular e auditorias do Ministério Público Federal e do Tribunal de Contas da União, que identificaram irregularidades na contratação da fornecedora dos kits de merenda. Foram constatados indícios de uso indevido da dispensa de licitação, superfaturamento e movimentações financeiras suspeitas entre empresas envolvidas no certame. Além disso, há indícios de que houve o direcionamento da contratação, uma vez que a empresa vencedora não possuía histórico de fornecimento de gêneros alimentícios para o setor público e tinha sede em local desconhecido.
O esquema criminoso envolvia servidores públicos, empresários e intermediários, que manipularam o processo licitatório para beneficiar a empresa contratada. O levantamento bancário revelou que parte dos valores pagos pela Prefeitura foi imediatamente repassada a uma das empresas concorrentes. Também foram identificadas conexões empresariais entre os envolvidos, sugerindo uma atuação coordenada para favorecer a fornecedora.
Até aqui, não se tem informação de que o ex-prefeito esteja na mira dessas investigações. Mas, nos bastidores, circula que a gestão Arthur Neto teria usado dinheiro federal do Fundeb para comprar cestas básicas no período da pandemia da covid-19.
*Matéria atualizada com informações da PF.
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Foto: divulgação/arquivoPF