Brasil já vive piores estiagem, seca dos rios e calor, com prejuízos para economia

A seca histórica no Brasil afeta a agricultura, energia e inflação.

Publicado em: 04/09/2024 às 16:48 | Atualizado em: 04/09/2024 às 17:24

O Brasil vive a pior seca de sua história recente, segundo o Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), e a previsão é de que as condições climáticas adversas se mantenham até novembro. A falta de chuvas, combinada com ondas de calor, está afetando diversas áreas, desde a produção agrícola até a geração de energia elétrica, com sérios reflexos na economia e no cotidiano dos brasileiros, especialmente os mais pobres.

Impactos na geração de energia

Um dos setores mais afetados pela seca é o de geração de energia.

A escassez de água nos reservatórios das hidrelétricas, que respondem por 51,6% da energia gerada no país, forçou o acionamento das termelétricas, que são mais caras e menos eficientes.

Como resultado, a bandeira tarifária da energia elétrica foi alterada para “vermelha patamar 2”, adicionando custos extras à conta de luz das famílias.

A última vez que essa medida foi necessária foi durante a crise hídrica de 2021, quando os custos de energia dispararam, contribuindo significativamente para a inflação.

Crise na agricultura

Além da energia, a seca está causando sérios danos à produção agrícola. Com safras prejudicadas, o desabastecimento de produtos agrícolas pode provocar choques de oferta, elevando os preços dos alimentos.

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Culturas como soja, milho, cana-de-açúcar e gado estão entre as mais afetadas. Pequenos produtores, que dependem da agricultura familiar, são os mais vulneráveis, já que muitos não possuem sistemas de irrigação adequados para enfrentar a seca.

Pressão sobre a inflação e os juros

A combinação desses fatores está alimentando pressões inflacionárias. Em 2021, a seca contribuiu para uma inflação de 10,06%, o maior índice desde 2015. Este ano, a inflação acumulada em 12 meses já alcançou 4,50%, o teto da meta do Banco Central do Brasil (BC).

Se a situação climática não melhorar, o BC poderá ser forçado a manter os juros elevados para conter a alta dos preços, o que poderia frear o crescimento econômico.

Preocupação com o futuro

Embora haja esperanças de que as chuvas retornem em outubro, especialistas alertam que será necessário um período prolongado de precipitações para normalizar os níveis dos reservatórios e aliviar a pressão sobre a economia.

Até lá, o Brasil enfrenta um cenário de incerteza, com potenciais impactos duradouros sobre o custo de vida e a estabilidade econômica.

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Foto: reprodução