Amazonas: rios enchem menos do que em 2023, ano de seca histórica
Rio Negro, por exemplo, está 1,38 m abaixo do mesmo período de 2023, que registrou a maior seca da história em mais de 120 anos

Neuton Corrêa, do BNC Amazonas
Publicado em: 18/02/2024 às 11:06 | Atualizado em: 18/02/2024 às 12:10
A subida dos rios no Amazonas, neste momento, emite sinais de alerta e preocupação. O motivo da apreensão é que a cheia está abaixo dos níveis registrados em 2023, o ano que registrou calor extremo e a maior seca em 120 anos de medição do rio Negro, que banha Manaus.
A razão dessa preocupação está na perda de força da subida dos principais rios. Por exemplo, Amazonas, Solimões e Madeira.
O rio Negro, igualmente. Sobe menos de 5 centímetros a cada 24 horas nos últimos dias. Na sexta (16), apenas 3 cm, deixando sua cota em 21,8 metros acima do nível do mar.
Isso significa que o Negro está cerca de 1,5 metro abaixo da cota nesse período do ano passado, que já foi de vazante recorde. Em 2023, portanto, a essa altura do ano, o rio estava com 23,1 metros de cheia.
Quando a comparação do nível do rio é esticada para os últimos cinco anos, a preocupação aumenta.
Veja os dados
Cota do rio Negro em 16 de fevereiro dos últimos cinco anos
2020 | 24,58 m |
2021 | 25,35 m |
2022 | 23,92 m |
2023 | 23,18 m |
2024 | 21,80 m |
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Cheia do rio Negro em Manaus já é a maior da história
Rio Amazonas
O rio Amazonas, que é formado pelo humor das águas de seus grandes tributários, rios Negro, Madeira e Solimões, também registra cota preocupante.
Ontem, o maior rio do mundo amanheceu com cota de 8,46 metros. No mesmo dia do ano passado, a marca foi de 9,81 metros.
Isso significa dizer que, em relação a 2023, o rio Amazonas está com nível 1,35 metros a menos.
Na logística, o Amazonas é o rio mais importante para a economia do estado. Por ele, entram os navios com insumos para as fábricas do polo industrial da Zona Franca de Manaus (ZFM) e saem balsas com produtos acabados para o mercado nacional.
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Rio Solimões
Para piorar, as águas que vêm do rio Solimões para encontrar com o Negro e formar o rio Amazonas não trazem notícias boas.
Em sua cabeceira, o Solimões já vem registrando movimentos de vazante. Isso vem ocorrendo há cerca de 30 dias.
Como o fundo da bacia reflete o que aconteceu na borda da bacia amazônica, o que vem acontecendo agora pode ser o começo do pior.
Fotomontagem: BNC Amazonas