Rio Madeira: barcos e balsas encalham no leito de areia e pedra

VÍDEOS mostram a dificuldade de navegar no outrora caudaloso rio entre Amazonas e Rondônia

Mariane Veiga, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 18/09/2024 às 22:08 | Atualizado em: 19/09/2024 às 08:47

Barcos de passageiros e balsas transportadoras de alimentos e combustíveis, sobretudo, já enfrentam enormes dificuldades para navegar no rio Madeira, entre a foz no rio Amazonas até Porto Velho, já no estado de Rondônia, em aproximadamente 1,5 mil quilômetros de extensão.

A cada dia, onde antes corriam as águas barrentas do caudaloso rio, hoje predominam os bancos de areia e pedras que vão encalhando e, às vezes, até naufragando as embarcações.

Foi o que aconteceu desde o fim de semana, com o registro por passageiros de diversos casos de barcos que ficaram horas encalhados à espera de socorro.

Em Porto Velho, uma balsa com veículos pesados de cargas acertou um banco de pedras e afundou parcialmente.

Próximo da capital de Rondônia, em Humaitá, já do lado amazonense do rio, outra embarcação transportando mantimentos parou em um banco de pedras e areia, fazendo com que os produtos afundassem no rio.

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Vazante histórica

Esse cenário não é para menos. Afinal, desde julho o Madeira vem vazando aceleradamente, principalmente a partir de Porto Velho.

A tal ponto que neste final de semana bateu a menor cota da história: apenas 41 centímetros de água, conforme a régua de monitoramento do Serviço Geológico do Brasil (SGB) em Porto Velho.

Por causa disso, a Marinha proíbe a navegação noturna de Porto Velho a Novo Aripuanã, município do Amazonas a cerca de 330 quilômetros de Manaus.

Em poucos anos atrás, o rio atingia sua maior vazante entre outubro e novembro. Atualmente, desde julho o nível das águas já sinalizam seca severa do Madeira, que neste ano atingiu a cota abaixo de 1 metro no dia 5 de setembro. E continua baixando.

Além do enorme prejuízo aos moradores dos muitos municípios e comunidades às suas margens, o rio Madeira no nível atual é extremamente danoso para a economia.

Por exemplo, para o transporte de insumos e produtos da Zona Franca de Manaus (ZFM) e para a geração de energia nas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio. Devido à vazante, essas usinas gigantes operam com não mais de 20% de sua capacidade de gerar energia com as águas do Madeira.

Fotos: reprodução/vídeo