Quilombo do Barranco de São Benedito é ponto de cultura de Manaus
Comunidade do Quilombo do Barranco celebra conquista com festa cultural e reforça sua importância na preservação da cultura afro-brasileira.

Adrissia Pinheiro
Publicado em: 22/10/2024 às 09:31 | Atualizado em: 22/10/2024 às 09:33
O Quilombo do Barranco de São Benedito, no bairro Praça 14 de Janeiro, zona sul de Manaus, comemora no dia 24 de outubro o título de Ponto de Cultura recebido pelo Ministério da Cultura.
Para festejar a conquista, que coincide com o aniversário de Manaus, uma basta programação cultural, recheada de batuque, canto, poesia, oficina, dança e muita alegria, vai movimentar o tradicional quilombo.

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Sobre ponto de cultura
Os pontos de cultura são entidades reconhecidas e apoiadas financeira e institucionalmente pelo Ministério da Cultura.
Para se tornar um ponto de cultura é preciso passar por uma seleção por edital com regras e demandas.
Após serem reconhecidas, essas entidades são apoiadas financeiramente para que possam desenvolver ações socioculturais em suas comunidades.
Cléia Alves, que lança seu livro de poesias “Andanças: tecendo a vida em versos”, vai participar da programação cultural cantando e tocando com o grupo cultural Malungo Dudu.
“O quilombo já vem realizando há muito tempo ações visando ampliar e valorizar reflexões sobre identidades, ancestralidades e pertencimento e agora, com apoio do ministério, mais ações podem se intensificar. Para mim é uma honra ser uma das parceiras da Associação das Crioulas do Barranco de São Benedito e poder comemorar essa vitória.”
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A capoeira no quilombo
Mestre KK Bonates, coordenador e um dos fundadores do grupo Malungo Dudu e mestre de capoeira da Escola Matumbé Capoeira, disse que a capoeira despertou sua atenção para a problemática da população negra no Brasil, principalmente em questão de sua cidadania.
“Para mim, é motivo de júbilo a comemoração da comunidade do Quilombo do Barranco de São Benedito da Praça 14 virar um ponto de memória, porque uma das grandes referências da identidade negra no Amazonas está exatamente lá no quilombo.”
Rafaela Fonseca, uma das fundadoras da Associação das Crioulas do Barranco de São Benedito, afirmou que “o ponto crucial e importante do quilombo ser um ponto de cultura é porque veio aliar ainda mais para os festejos de São Benedito, que já tem 134 anos e a gente não pode deixar de falar que esse local traz muitas pessoas, traz muitas danças, traz o apoio de outras pessoas que também são ponto de cultura e vai agregar ainda mais as pessoas, como a própria capoeira com o Mestre KK Bonates, que já vinha pra cá com o meu primo Nestor Nascimento.”
Para Andarilha, que também é uma produtora cultural atuante com as Crioulas do Barranco e cantora do grupo Cocada Baré, disse que é importante a política da cultura viva para a valorização das comunidades e que é um trabalho que já vem sendo feito há muitos anos como uma forma de fortalecer a comunidade, a cultura ancestral e a territorialidade.
Programação cultural
14h
- Dissertação da mestra Rafaela Fonseca
15h
- Oficina de contação de narrativas, memórias e oralidade com Rafaela Fonseca.
16h
- Oficina de produção cultural afro-brasileira com Andarilha.
17h
- Lançamento do livro “Andanças: tecendo a vida em versos”, de Cléia Alves
- Apresentação cultural do Malungo Dudu.
18h
- Do quilombo se fez samba raiz.
20h
- Cocada Baré.

Acesso livre.