Que cheia é essa no Amazonas que não para de subir?
Mudanças climáticas podem estar influenciando o regime de águas dos rios da Amazônia.

Neuton Corrêa, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 04/07/2025 às 11:10 | Atualizado em: 04/07/2025 às 11:11
A cheia deste ano dos rios Negro e Amazonas já causa interrogações. Primeiramente, 2025 registra o maior volume de recuperação de água em mais de 120 anos. Agora, uma nova pergunta: por que esses rios não param de subir?
As inquietações sobre isso se acentuam nesta manhã do dia 4 de julho. Havia expectativa de que os dois rios começassem o processo de vazante. Mas, não aconteceu.
O rio Negro, por exemplo, subiu 1 centímetro a mais. Assim, escalou à cota de inundação severa, ao nível de 29,04 metros. Ou seja: a 0,98 metro da cheia recorde de 2021.

Da mesma forma, o Amazonas, maior rio do mundo não para de encher. Parecia que ia parar de subir no dia 19 de junho, quando chegou à cota de 14,44 metros. Contudo, 15 dias depois, com várias oscilações, o rio se mantém nos 14,44 metros.
O comum no Negro e no Amazonas é que as águas parem de subir após a primeira semana de junho, e inicie a seca, no mais tardar. na terceira semana.
Por exemplo, o rio Negro parou de encher em 2024 no dia 16 de junho. Depois, só secou, até novembro.
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As interrogações não se esgotam aí. A inquietação agora é saber por quanto tempo durará o processo de vazante.
Considerando o atraso no início de seca e o fato de que o rio começa a encher em novembro, é possível supor que os períodos de vazante estão ficando mais curtos: menos de cincos meses.
Fotos: Ronaldo Siqueira/especial para o BNC Amazonas