Psol bate cabeça sobre exploração do petróleo na foz do rio Amazonas
Prestes a assumir o mandato de deputado federal pelo Psol do Amapá, o professor Paulo Lemos discordou do seu partido que apresentou projeto para impedir a exploração de petróleo na região

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 16/04/2025 às 15:21 | Atualizado em: 16/04/2025 às 15:26
Ex-deputado estadual, candidato a prefeito de Macapá nas últimas eleições e prestes a assumir uma vaga de deputado federal pelo Psol do Amapá, o professor Paulo Lemos se posicionou contra projeto do seu partido que inviabiliza a exploração do petróleo na foz do rio Amazonas.
A proposta foi apresentada à imprensa nesta quarta-feira (16), na Câmara dos Deputados, pelo deputado do partido Ivan Valente (SP) com o apoio de toda a bancada.
O projeto veda a oferta de novos blocos de exploração de petróleo e gás na Amazônia e obriga a recuperação ambiental nas áreas com atividades de produção desses hidrocarbonetos na região.
“A abertura de uma nova fronteira de exploração de petróleo na Amazônia não só representa uma incoerência com os alertas emitidos pelo próprio Brasil em relação às mudanças climáticas, como poderia degradar ainda mais a já frágil floresta amazônica”, defendeu Valente.
A líder do partido na Câmara, Talíria Petrone (RJ), arrematou: “Explorar petróleo na foz do Amazonas é um retrocesso inaceitável. A Amazônia é essencial para o equilíbrio climático do planeta e deve ser preservada”.
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Transição energética
Paulo Lemos, que está no grupo dos parlamentares que assumirá mandatos com base na decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as sobras eleitorais, diz que a exploração do petróleo é necessária para que o Brasil promova a transição energética.
“O Brasil precisa da exploração para que a gente possa promover a transição energética, mas não podemos esquecer do povo do Amapá. São quase um milhão de pessoas que esperam com muita expectativa essa exploração”, defendeu.
Ele diz que na condição de membro do diretório nacional do partido vai começar um diálogo para convencer a bancada do contrário.
“A Petrobras tem expertise, acidente zero em perfuração de poço. Então nós precisamos pelo menos dessa autorização para que a gente possa avançar na pesquisa e depois na exploração”, disse.
Ele explicou também que a exploração do petróleo será a mais de 500 quilômetros do rio Amazonas.
“É alto mar e perigo mínimo de desastre ambiental. E de contrapartida, muitos investimentos para o Amapá. O estado merece isso como recompensa por ser o mais preservado e o mais protegido do Brasil”, diz o professor.
Localizado a 540 quilômetros da foz nas águas profundas do Amapá, o poço (bloco FZA-M-59) se encontra na Margem Equatorial, que vai do litoral do Rio Grande do Norte até aquele estado.
Foto: reprodução/X