Promotor sai de férias e júri de policiais do Amazonas fica para abril

Julgamento de servidores públicos da PM é adiado de novo. Eles são suspeitos do sumiço de três jovens em Manaus.

Promotor sai de férias e júri de policiais do Amazonas fica para abril

Ednilson Maciel, Da Redação do BNC Amazonas  

Publicado em: 05/02/2024 às 12:53 | Atualizado em: 05/02/2024 às 12:53

A angústia de três famílias que há oito anos espera o julgamento de oito policiais militares do Amazonas foi prolongada pela Justiça.

Os agentes públicos da Polícia Militar são suspeitos de dar sumiço a três jovens na zona leste de Manaus na noite de 29 de outubro de 2016.

O júri popular previsto para 29 de janeiro foi adiado para 1º de abril.

O motivo do adiamento foi um pedido do Ministério Público (MP-AM) ao juízo do 3º Tribunal do Júri já que o promotor do caso entraria de férias no dia seguinte.

Como o júri deve durar de três a cinco dias, um novo representante de acusação não teria tempo de se inteirar do caso, conforme o MP.

Familiares dos jovens desaparecidos (Alex Júlio Roque de Melo, de 25 anos, Ewerton Marinho, 20, e Rita de Cássia, 19) reclamaram de nova postergação depois que o caso também não foi julgado em novembro de 2023, como previsto pelo tribunal.

Conforme os autos do processo, Alex, Ewerton e Rita foram abordados pelos policiais militares em uma rua do bairro Grande Vitória quando voltavam de uma festa.

Imagens de câmeras da rua filmaram a ocorrência, amplamente divulgadas na imprensa. Por exemplo, quando os jovens são colocados em viatura oficial da PM.

Essas foram as últimas imagens dos jovens. Se foram mortos, os corpos nunca foram encontrados. Apenas vestígios, como uma sandália com manchas de sangue.

De acordo com as investigações da Polícia Civil, o trio foi assassinado.

Leia mais

Chacina em Manaus: 16 policiais da Rocam são soltos e vão a júri

Suicídio de PM

Dias depois do primeiro adiamento do júri dos policiais, um deles, o tenente Luiz da Silva Ramos, foi encontrado morto no Comando-Geral da Polícia Militar, em Manaus.

O oficial era um dos oito suspeitos de terem assassinado e escondido os corpos dos jovens.

Ramos estava afastado do serviço de policiamento nas ruas e prestava atividade administrativa na sede do comendo da PM.

Há época, sua morte foi dada como suspeita de suicídio.

Foto: reprodução/internet