Presidente Figueiredo, sem sarampo, intensifica campanha de vacinação

PRESIDENTE FIGUEIREDO SARAMPO CAMPANHA VACINACAO

Publicado em: 05/07/2018 às 16:53 | Atualizado em: 05/07/2018 às 16:53

Presidente Figueiredo, município distante 107 quilômetros de Manaus na BR-174, ainda não foi afetado pelo sarampo. Ao menos nos últimos oito meses nenhum caso foi registrado, embora seja um corredor de passagem para o estado de Roraima e Venezuela, de acordo com informações da prefeitura.

Desde outubro do ano passado, período em que iniciou o surto na Venezuela, a Secretaria Municipal de Saúde vem realizando vacinação de crianças e adultos para prevenir a infecção do vírus, conforme recomenda o Ministério da Saúde.

No total, 3.661 pessoas foram vacinadas entre janeiro e junho deste ano.

Apesar do Amazonas registar recentemente o maior número de casos de sarampo, ultrapassando, pela primeira vez, Roraima, Presidente Figueiredo está entre os cinco municípios do estado a não apresentar nenhum registro nesse sentido, junto com Humaitá, Itapiranga, São Gabriel da Cachoeira e Tefé.

O resultado positivo se deve à intensificação da vacinação nos postos de saúde e de casa em casa, conforme relata a secretária de Saúde, Sandra Braga.

“É um trabalho que requer muita dedicação, pois não se trata somente da prevenção da doença, mas, sobretudo, da conscientização de que o sarampo existe e que pode levar à morte. Desde que soubemos do surto na Venezuela, ainda no ano passado, iniciamos uma forte campanha de vacinação no município, que contribuiu para a ausência de casos”, disse.

 

PRESIDENTE FIGUEIREDO SARAMPO CAMPANHA VACINACAO

A campanha de orientação em domicílio e vacinação não para em Figueiredo
Foto: Divulgação/PPF

 

Na avaliação da secretária, que também é medica, a incredulidade das pessoas quanto à doença e a resistência à medicação são fatores que impedem o processo de prevenção ao sarampo e provocam o aumento do número de pessoas infectadas, tendo em vista que a vacinação é o único meio de garantir a imunidade.

“Acontece muito de o enfermeiro ser barrado ao chegar numa residência para vacinar crianças, pois muitas mães não permitem a aplicação da vacina, por acreditar em boatos inverídicos de que a medicação pode acarretar em algum mal, o que não é verdade. Precisamos reverter urgentemente essa crença e conscientizar as pessoas sobre os riscos que elas correm, caso não deem a importância necessária para essa causa”, ressaltou Sandra

 

Reforço

Sandra informou que as doses da vacina foram disponibilizadas em postos de saúde e também de casa em casa, porque a procura passou a ficar baixa.

Nesses oito meses, ela contou com o reforço de outros especialistas para auxiliar nas vacinações, em casos mais extremos.

Até o dia 27 de junho, foram confirmados 265 casos de sarampo no Amazonas.

No total, são 2.095 notificações em todo o estado.

Desse número, 1.693 permanecem em investigação e 137 foram descartados.

De acordo com o Ministério da Saúde, o sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave, transmissível e extremamente contagiosa.

A presença do vírus no sangue provoca uma vasculite generalizada, responsável pelo aparecimento das diversas manifestações clínicas, inclusive pelas perdas consideráveis de eletrólitos – um sal ou um íon no sangue ou em outro líquido corporal – e proteínas.

Além disso, as complicações infecciosas contribuem para a gravidade do sarampo, particularmente em crianças desnutridas e menores de um ano de idade.

A vacinação é a única maneira de prevenir a doença.

 

Fotos: Divulgação/Prefeitura de Presidente Figueiredo