Preço do pirarucu deve ficar turbinado com seca dos rios
Em todo o estado do Amazonas, o pirarucu mobiliza 7 mil famílias em 23 municípios

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 08/11/2024 às 22:00 | Atualizado em: 08/11/2024 às 23:31
A seca dos rios, no Amazonas, acende o sinal de alerta para o preço do pirarucu, o maior peixe de água doce do planeta. É que a vazante causou queda da safra do pirarucu.
Por exemplo, na região do médio-Juruá (AM), a carne do peixe é uma das principais fontes de renda para populações que protegem a floresta, o prejuízo acende o sinal de alerta.
Conforme divulgou nesta sexta-feira (8) o Valor Econômico, em reportagem de Sérgio Adeodato.
Segundo a publicação, entre junho e novembro, as comunidades tinham permissão para retirar 6 mil peixes.
Como resultado, os manejadores só atingiram 25% do que poderiam capturar, em outubro.
“A menor quantidade de pescado retirada em condição de seca severa tem custo superior ao dobro do verificado em anos normais, porque barcos, mão de obra, combustível e gelo ficam mais escassos e caros”, diz Adevaldo Dias, presidente do Memorial Chico Mendes.
Nesse sentido, a organização fornece assessoria técnica aos extrativistas e influencia políticas públicas.
Assim, no médio-Juruá, 350 famílias dependem do pirarucu para o sustento.
Sem beneficiamento local, os manejadores recebem R$ 10 por quilo – o preço sobe para cerca de R$ 58 na revenda da carne por frigoríficos para restaurantes de São Paulo e outras regiões.
Estudo da Sitawe indica que o valor justo para remunerar a ponta inicial da cadeia seria de pelo menos R$ 21 o quilo.
Dessa maneira, em todo o estado do Amazonas, o pirarucu mobiliza 7 mil famílias em 23 municípios.
Ainda segundo o Valor, estima-se a existência hoje de 1 milhão de indivíduos nas áreas de manejo.
“Os eventos climáticos extremos evidenciam a importância dessas conquistas como pilares de resiliência”, ressalta Torres.
“Empreender [na Amazônia profunda] não é para os fracos. É como entrar no jogo perdendo de três a zero”, ilustra Valcléia Solidade, superintendente de desenvolvimento sustentável de comunidades na Fundação Amazônia Sustentável (FAS), com ações socioambientais em 16 reservas ambientais, abrangendo 40 mil pessoas.
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Foto: divulgação