Povo Ashaninka adota isolamento rígido e não tem caso de coronavírus
O povo Ashaninka adota, entre outras medidas preventivas à doença, o uso de remédios da floresta e a higienização total de tudo o que entra na aldeia

Publicado em: 22/12/2020 às 16:44 | Atualizado em: 22/12/2020 às 21:14
O povo Ashaninka adota o isolamento rígido em sua aldeia e, por essa razão, não tem registrado nenhum caso de coronavírus (covid) até agora. Eles vivem na Terra Indígena Kampa, em Marechal Thaumaturgo, no interior do Acre.
Sem visitas de pessoas de fora, mercadorias higienizadas antes de entrar na aldeia, saídas só em casos de extrema necessidade são algumas regras. Adotam-se, ainda, o reforço na produção agrícola e uso de remédios da floresta, conforme reportagem do G1.
Estas parecem ser a receita da segurança desse povo, que se mantém isolado desde março, quando começou a pandemia.
O G1 entrou em contato com as coordenações dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas do Alto Rio Juruá e Purus (Dsei). Eles confirmaram que o povo Ashaninka é o único sem casos de covid no estado.
É na Terra Indígena Kampa do rio Amônia, onde mais de mil Ashanikas seguem um isolamento social criterioso.
Dados da Comissão Pró-Índio (CPI-Acre) mostram que o coronavírus já atingiu mais de 2 mil indígenas, sendo 27 mortes pelo vírus. Treze povos indígenas foram infectados nos municípios do estado acriano.
Ao G1, um dos filhos do cacique Francisco Piyãko explicou que a Terra Indígena Kampa tem 87 mil hectares. E possui uma aldeia grande chamada Apiwtxa, com pouco mais de mil pessoas.
Apiwtxa também é o nome da associação indígena da região.
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Fotos: Arison Jardim/Associação Apiwtxa