Polícia Federal prende policiais do Amazonas por sequestro e tortura

A ação visa desarticular um grupo criminoso acusado de sequestro e tortura relacionados à mineração ilegal na terra indígena Yanomami

Mariane Veiga

Publicado em: 22/05/2025 às 17:40 | Atualizado em: 22/05/2025 às 17:50

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (22), a operação Jeremias 22:17, que resultou na prisão de um delegado do Amazonas, dois policiais civis, um policial militar de Roraima e uma vereadora de Caracaraí, também policial civil licenciada.

Entre os nomes estão Adriano Félix, o investigador Álvaro Tibúrcio e o servidor da Polícia Civil Edmilton dos Santos.

A ação visa desarticular um grupo criminoso acusado de sequestro e tortura relacionados à mineração ilegal na terra indígena Yanomami.

As investigações, conduzidas pela Promotoria de Justiça de Caracaraí, apontam que, em 8 de fevereiro de 2023, a vítima foi abordada por homens que se identificaram como policiais civis, sob o pretexto de ajudar em uma ocorrência.

Ela foi algemada, ameaçada e submetida a agressões físicas, incluindo choques elétricos no tórax, enquanto era pressionada a revelar informações sobre o paradeiro de uma carga de cassiterita supostamente roubada.

Leia mais

​PF indicia coronéis da PM por homicídios e tortura no Amazonas

A operação cumpriu sete mandados de prisão temporária e 13 de busca e apreensão nos estados de Roraima, Amazonas, Bahia, São Paulo e Rio Grande do Sul.

As ordens judiciais foram expedidas pela Justiça estadual, e as investigações continuam em andamento para identificar outros possíveis envolvidos.

O nome da operação faz referência ao versículo bíblico Jeremias 22:17, que condena a prática de violência e opressão: “Mas os teus olhos e o teu coração não atentam senão para a tua ganância, e para derramar sangue inocente, e para a opressão e para a violência, para as praticares.”

As autoridades destacam que a operação visa combater a atuação de agentes públicos que, valendo-se de suas funções, praticam crimes graves contra os direitos humanos e o meio ambiente, especialmente em áreas sensíveis como as terras indígenas.

Foto: divulgação/PF