Piranha e harpia inspiram nomes de drones russos
Piranha e harpia são armas de guerra ágeis e predadoras, assim são os animais homônimos no imaginário disseminado pela pintura, literatura e cinema

Wilson Nogueira, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 22/12/2024 às 20:12 | Atualizado em: 22/12/2024 às 20:15
Os russos se inspiraram em dois animais conhecidos dos povos amazônicos para batizar seus drones, os vant (veículos aéreos não tripulados), de última geração tecnológica: harpia (gavião real) e a piranha.
Ambos são armas de guerra ágeis e predadoras, assim são os animais homônimos no imaginário disseminado pela pintura, literatura e cinema.
A busca de elementos da natureza para simbolizar equipamentos tecnológicos, inclusive os de guerra, é uma prática até comum em forças militares de todo o mundo.
O Brasil, por exemplo, tem o caça tucano (ave) e o tranque urutu (serpente venenosa), orgulhos da indústria bélica nacional.
No caso dos russos, o que chama atenção é o fato de terem escolhido uma ave de rapina e um peixe carnívoro que habitam as florestas e rios da América do Sul.
O gavião real, como se conhece a harpia no Amazonas, é a maior das águias que ocorrem na América do Norte e na Europa, sempre retratadas como símbolos de poder. Os EUA adotam a águia-de-cabeça-branca como símbolo nacional.
A piranha, por sua vez, está mais popularizada por agir em cardumes e estraçalhar em minutos as suas presas.
O comum entre as várias espécies são as dentaduras afiadíssimas.
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Armas russas
O drone Garpia1 (Harpia) – já está operando na guerra contra a Ucrânia. Trata-se de um vant produzido com peças e motor chineses, para missões de longo alcance.
Com apenas 12 centímetros, o Piranha 5 pode ser carregado no bolso e é, ao mesmo tempo, “espião”, porque têm capacidade de driblar radares inimigos, além de ser transportador de bombas antitanques de até 1 quilo.
O Garpia A-1, também fabricado com peças chinesas, é um modelo mais robusto de longo alcance. Os dois equipamentos são empregados pela Rússia na guerra contra a Ucrânia.
Segundo a imprensa ocidental, o Garpya A-1 seria o principal responsável por ataques pontuais à infraestrutura civil e militar de cidades ucranianas.
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Culturas
Nas culturas dos povos amazônicos, os animais não têm simbologias fechadas, a exemplo do entendimento da “racionalidade militar”. Se assim fosse, inúmeras culturas não teriam animais, inclusive a harpia e a piranha como ancestrais e divindades protetoras.
Diferentemente, são tratados no cinema, por exemplo, como animais extremamente perigosos para os seres humanos, assim como o tubarão das películas hollywoodianas.
O resultado desse “tratamento artístico” de gosto duvidosos é o incentivo para colocá-los nas listas das espécies em perigo de extinção, como é o caso do gavião real.
Perigosos mesmo são os armamentos de guerra e, por isso, devem ser extintos.
Ilustração: Gilmal