Píer flutuante já movimentou 14 mil contêineres e evitou prejuízo de R$ 1,4 bilhão
Operação “Chibatão em Movimento”, em Itacoatiara, foi crucial contra o desabastecimento de Manaus durante a seca severa de 2024

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 25/10/2024 às 08:37 | Atualizado em: 25/10/2024 às 08:37
Em pouco mais de 50 dias das operações emergenciais, por conta da seca severa de 2024, o píer flutuante do grupo Chibatão, instalado no município de em Itacoatiara, no Amazonas, mostra resultados que impressionam.
Dessa forma, desde o dia 1º de setembro, mais de 14 mil contêineres já foram movimentados em 15 operações no porto flutuante.
A operação “Chibatão em Movimento” ajudou a evitar o desabastecimento de Manaus, assim como um prejuízo avaliado em R$ 1,4 bilhão. Assim como evitou o aumento do valor do frete de cargas.

“A estrutura temporária, implementada para enfrentar os desafios logísticos provocados pela severa estiagem que afeta o Amazonas, tem sido crucial para garantir o abastecimento de insumos e produtos essenciais para Manaus e o polo industrial da Zona Franca”, disse o diretor-executivo do grupo Chibatão, Jhony Fidelis.
O píer flutuante tem 277,5 metros de extensão e foi projetado para operar em áreas de baixa profundidade. Isso, permite que o transporte de mercadorias continue fluindo, mesmo com a redução dos níveis dos rios.
A estrutura faz parte de um plano logístico que visa minimizar os impactos da estiagem na economia do Amazonas, assegurando o abastecimento da Zona Franca de Manaus e do comércio local.

Na vazante histórica de 2023, sem o porto flutuante, os prejuízos ao polo industrial de Manaus, segundo o Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam), chegaram a R$ 1,4 bilhão à ZFM. E o principal motivo do prejuízo foi o aumento dos custos de transporte, que chegaram a R$ 500 milhões.
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Operações
A primeira operação do píer flutuante, realizada com o navio Log-In Jacarandá, deu início ao fluxo contínuo de cargas, transportando 1.032 contêineres.
Desde então, navios como o Veracruz, da Mercosul, e o Maersk Jalan, que recentemente movimentou mais de 1.100 contêineres, têm utilizado o píer flutuante, assegurando que insumos e mercadorias vitais cheguem ao seu destino.
Assim, os navios cargueiros vinham do Pará, do Nordeste e Sudeste, faziam o transbordo em Itacoatiara. De lá, os milhares de contêineres seguiam de balsa até os portos de Manaus.
Da mesma forma, a carga saía da capital amazonense, pelas balsas, até o porto flutuante em Itacoatiara.
Dragagem
De acordo com o executivo do grupo Chibatão, essas operações de carga e descarga vão continuar até o próximo mês de dezembro, quando os rios deverão dar condições de navegabilidade aos grandes navios.

Além disso, Jhony Fidelis destaca o início das obras de dragagem, principalmente na enseada do rio Madeira, que está sendo feita pelo Ministério dos Transportes.
“Em pouco mais de um mês, já movimentamos 14 mil contêineres, um número expressivo que comprova a eficácia da nossa estrutura flutuante. Essa iniciativa reflete o espírito inovador e o compromisso que herdamos do nosso fundador, José Ferreira de Oliveira, o Passarão, de manter a logística do estado ativa em qualquer cenário”, destacou Fidelis.
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Colaboração
O plano estratégico emergencial do grupo Chibatão contou com a colaboração de órgãos federais tais como: Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Marinha do Brasil, Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Receita Federal, Suframa e a Secretaria do Patrimônio da União (SPU).
E ainda de estruturas estaduais como o Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam), Eletros, Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), CDL-Manaus, Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti).
Além da zona de praticagem (ZP1), que navega de Macapá/AP a Itacoatiara/AM. E da zona de praticagem (ZP2), cuja navegação ocorre de Itacoatiara até Tabatinga, no Amazonas. A praticagem inclui os profissionais que conduzem os navios pelos rios e atracam essas embarcações nos píeres.
Fotos: divulgação