Para 59% dos brasileiros, incêndios florestais são criminosos

Outros 24% disseram que as queimadas são para extrair madeira e abrir pastos

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 07/10/2024 às 18:33 | Atualizado em: 07/10/2024 às 18:33

Pesquisa do Instituto DataSenado, divulgada nesta segunda-feira (7), mostra que 59% dos brasileiros consideram criminosos os incêndios florestais ocorridos no país este ano. Na opinião deles, os delitos são para promover desordem.

Outros 24% consideram que os incêndios servem para a limpeza da terra com a finalidade de extrair madeira e abrir pastos.

12% dos entrevistados julgam que ações são em razão das causas naturais e secas prolongadas. 1% considera outros motivos e 5% evitaram responder e dizem não saber.

A pesquisa revela que quase a totalidade da população (97%) classifica os incêndios ocorridos nas últimas semanas como “muito graves”.

“O levantamento ainda mostra que 15% dos brasileiros declararam ter apresentado nos últimos 30 dias problemas de saúde, como asma, bronquite ou pneumonia — isso representa cerca de 25,4 milhões de pessoas, diz o DataSenado.

Leia mais

STF manda aumentar efetivo militar no combate aos incêndios florestais

Para a chefe do Serviço de Pesquisa e Análise do DataSenado, Isabela de Souza Lima Campos, responsável pela análise dos dados coletados, a correlação feita pelos entrevistados entre as queimadas e o propósito de causar tumulto pode ser fruto da conscientização ambiental, da mobilização de grupos sociais e do consumo de notícias.

“A percepção de que os incêndios são resultado de ações criminosas pode ter diversas influências. Primeiramente, a cobertura midiática de incêndios em áreas florestais, especialmente em contextos de desmatamento e conflitos agrários, pode contribuir para essa visão”, diz Isabela à Agência Senado.

Além disso, a pesquisadora avalia que a crescente conscientização sobre questões ambientais e a mobilização de grupos sociais podem fazer com que as pessoas associem os incêndios a intenções deliberadas de desordem.

O levantamento foi solicitado pela presidente da Comissão de Meio Ambiente (CMA), senadora Leila Barros (PDT-DF).

A pesquisa escutou por telefone 1.220 cidadãos de 16 anos ou mais de todo o Brasil, com margem de erro média de 1,7 ponto percentual.

*Com informações da Agência Senado

Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República