Pacientes do coronavírus deixam hospitais em Manaus festejando cura
Até o momento, 1.220 pessoas foram recuperadas e estão fora do período de transmissão do coronavírus no Amazonas

Publicado em: 27/04/2020 às 09:44 | Atualizado em: 27/04/2020 às 09:48
Em meio à crise causada pelo coronavírus (covid-19), histórias de pessoas que enfrentaram e venceram a doença são motivo de alegria e esperança.
No Amazonas, é o caso da assistente social Lucivane Alves Pereira, de 40 anos, que recebeu alta médica do hospital Delphina Aziz, em Manaus, após 26 dias internada, sendo 15 deles em leito de UTI.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, a ex-paciente aparece emocionada ao receber os aplausos da vizinhança no momento da volta para casa, neste domingo (26).
“Tenho mais é que agradecer pelas orações que estavam fazendo, foi um momento realmente difícil porque tudo aconteceu muito rápido”, disse Lucivane.
Ela é, até dia 26, uma das 1.220 pessoas recuperadas e fora do período de transmissão do coronavírus no Amazonas.

Lucivane recebeu alta após 26 dias internada
Uma história de sucesso
Antes de ser internada, ela estava em isolamento domiciliar apenas com sintomas leves da doença.
No dia 1º de abril, já com sinais acentuados de dificuldade respiratória, Lucivane decidiu procurar o SPA do Coroado, na zona leste, uma das portas de entrada aos suspeitos da doença.
Na unidade, o médico constatou a necessidade de internação e a assistente social foi encaminhada para o Delphina Aziz, o hospital de referência para casos graves.
Além dos 15 dias na UTI, ainda enfrentou uma infecção bacteriana no pulmão que comprometeu severamente os seus rins e o fígado, deixando a paciente com apenas 20% da função respiratória.
Com o acompanhamento médico e ajustes no protocolo de tratamento, ela foi se recuperando aos poucos, até receber alta da UTI e ser transferida para o leito clínico.
Na enfermaria, ainda bastante debilitada, Lucivane também desenvolveu depressão e passou a ser acompanhada pela equipe psicossocial do Delphina Aziz.
“Uma das coisas mais difíceis foi a falta de contato com a família. O processo de tratamento realmente é lento, a gente que está lá entra em desespero. Mas só tenho a agradecer por estar em casa com vida”, afirmou Lucivane.
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Alta no hospital municipal
Mais sete pacientes do coronavírus no hospital de campanha da Prefeitura de Manaus, em parceria com o grupo Samel e o Instituto Transire, receberam alta.
Dessa maneira, são 48 os pacientes que receberam alta médica por estar fora do período de risco de transmissão do vírus desde o último dia 14.
“É gratificante saber que um lugar, construído para ser escola, está salvando tantas vidas que estavam sendo atormentadas por esse vírus. Isso mostra que a união do poder público e da iniciativa privada tem dado respostas positivas à população”, disse o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB).
O autônomo Cláudio André Gonçalves, de 42 anos, chegou ao hospital de campanha no dia 21. Com o tratamento, que envolve o uso da “cápsula Vanessa”, que protege de contaminação, ele foi liberado em menos de uma semana.
“Pensei que eu não fosse conseguir, mas aqui eu encontrei a solução, o carinho, a medicação certa. Aqui é um lugar de cura e de exemplo para outros hospitais, pois tem compromisso com a vida”, afirmou.
Outro paciente que recebeu alta foi o advogado Francisco Balieiro, que completa 62 anos hoje, 27.
“Mais do que um presente, é um novo nascimento. O tratamento aqui é excelente, como deveria ser feito em todo o Brasil e não só aqui”.
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Situação atual
Atualmente, o hospital de campanha, dirigido por Ricardo Nicolau, atende 38 pacientes, divididos em duas UTI. Além disso, há 33 em leitos de unidades semi-intensivas.
Um dos tratamentos utilizados é o “método Vanessa”, implantado pelo grupo Samel, que tem gerado bons resultados por meio de ventilação não-invasiva.
“Funciona como estufa, só que bem ventilada, onde os aerossóis não são propagados. O paciente tem um suporte ventilatório mais adequado do que se estivesse em ar ambiente ou intubado”, disse a médica Thais Prinzeff, da Samel.
Foto: Altemar Alcântara / Semcom