Operações na terra indígena ianomâmi destroem logística do garimpo

Desde a abertura da Casa de Governo, foram realizadas 4.130 operações de fiscalização e combate no território.

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 07/03/2025 às 18:07 | Atualizado em: 07/03/2025 às 18:09

Em mais um balanço sobre a desintrusão e combate aos crimes ambientais na Terra Indígena Ianomâmi, localizada nos estados do Amazonas e Roraima, o governo do presidente Lula da Silva diz que desarticulou a logística do garimpo na região.

Desde a abertura da Casa de Governo, em 28 de fevereiro de 2024, foram realizadas 4.130 operações no território, reforçando a fiscalização e a repressão às atividades ilegais.

Dessa forma, as ações resultaram na apreensão e inutilização de 479 acampamentos, 80 balsas, 694 máquinas leves e 60 máquinas pesadas. Também foram interceptadas 21.294 pessoas em abordagens, além da aplicação de R$ 11,6 milhões em multas.

“As operações resultaram na inutilização e apreensão de 34,1 kg de ouro, 147,9 toneladas de cassiterita, 143,7 mil litros de óleo diesel, 50,8 toneladas de suprimentos, 20,1 mil litros de gasolina, 13,1 mil litros de GAV (querosene de aviação) e 227 gramas de mercúrio. Além disso, foram apreendidas 1.892 munições e 70 placas solares”, diz o balanço feito pela Casa Civil.

Além disso, o governo diz que houve a destruição de 51 pistas de pouso clandestinas e de 25 aeronaves também desarticulou a logística do garimpo, reduzindo drasticamente o fluxo de suprimentos ilegais para dentro na terra indígena.

Depois de todas essas operações, a Polícia Federal (PF) avançou nas investigações e inquéritos que apuram crimes ambientais e financeiros relacionados à exploração ilegal do garimpo, o que resultou em apreensões e bloqueios de bens dos investigados.

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Modo de vida

O governo garante que outro reflexo direto da redução do garimpo foi a retomada do modo de vida tradicional dos Yanomami, com o plantio de culturas para garantir a segurança alimentar.
“Com a segurança territorial restabelecida e o apoio de políticas públicas, os indígenas voltaram a cultivar suas roças, prática que pôde ser quantificada pelo Programa Brasil M.A.I.S., do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP)”, diz a nota da Casa Civil.

Em dezembro de 2024, o programa registrou, via satélite, 33 alertas de corte raso no interior da Terra Indígena Yanomami, totalizando 22,94 hectares destinados ao cultivo – o equivalente a 32 campos de futebol. A expansão dessas áreas reafirma a autonomia produtiva dos ianomâmi e fortalece sua segurança alimentar.

Mesmo com a redução drástica das atividades ilegais, o governo diz que as “ações continuam sendo intensificadas, com fiscalização ativa e políticas públicas voltadas à preservação ambiental e à segurança dos povos indígenas, garantindo que os esforços feitos até agora tenham continuidade.”

Foto: Michael Dantas/AFP