Negro terá cheia porruda, emparelhada com a de 2012
A enchente é tanta que não deu para ficar sem dar uma espiadinha no comportamento da água do Negro de 2012

Ednilson Maciel, da Redação do BNC AMAZONAS
Publicado em: 20/02/2021 às 11:13 | Atualizado em: 20/02/2021 às 11:33
O rio Negro, que banha a capital do Amazonas, uma das quatro cidades do estado erguidas em sua margem, já dá sinais de robustez.
Será uma enchente das porrudas, como diz o ribeirinho amazônido destas bandas.

A propósito disso, foi um ribeirinho urbano que deu o primeiro grito, dizendo isso este ano.
Erasmo Amazonas, ex-deputado estadual, do alto de sua casa, na beira do Negro, no Educandos, observou que a cheia de 2021 já estava maior do que a do ano passado.
Aí, falou: “A enchente deste ano está vindo cuns borra”.
Naquele dia, 15 de fevereiro, Erasmo Amazonas já tinha razão. O rio já estava mais alto do que a marca anterior ao menos meio metro.
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Pois agora, apenas cinco dias depois, a água de 2021 está mais alta do que a de 2020 em mais de 80 centímetros.
Ao menos é isso que diz a última medição (19/02) da régua do Porto de Manaus, que acompanha o movimento das águas desde o início do século passado.
E, com essa força, a força da cheia já se emparelha, proa com proa, com a de 2012.
Foi nesse ano que o rio, no dia 29 de maio, atingiu sua cota máxima de quase 30 metros (29,27m).
Pois esse número de subida é tanto que não deu para ficar sem dar uma espiadinha no comportamento da água do Negro de 2012.
Naquele ano, nesse mesmo dia 19, o rio estava com 25,44 de altura. Ontem, estava com 25,42, ou seja, diferença de apenas dois centímetros.
Comparação
Um dado importante, no acompanhamento desse movimento lá no alto da bacia amazônica, nas cabeceiras dos rios que formam o conjunto do regime das águas da planície, as hipérboles da enchente já estão à vista.
Essas imagens, por exemplo, são de Boca do Acre (AM), no Purus. Lá, as ruas estão prontas para receber as canoas.

Em Humaitá, banhada pelo Madeira, rio de grande força na correnteza, ribeirinhos já veem suas casas no mesmo nível das águas.

Fotos: BNC AMAZONAS