Amazonas: denúncias de violência contra mulher crescem 23,7%
Governo reforça atendimento e campanhas de combate para conter a violência contra mulheres no Amazonas.

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 07/02/2025 às 18:15 | Atualizado em: 07/02/2025 às 18:17
O governo federal registrou crescimento no atendimento e no número de denúncias de violência contra as mulheres no Amazonas. No ano passado, chegaram à Central de Atendimento à Mulher 2.622 queixas contra 2.119 registradas em 2023, um crescimento de 23,7%.
De acordo com o governo, do total de denúncias 2.413 foram recebidas por telefone e 165 por WhatsApp.
O Ligue 180 totalizou, em 2024, 16.451 atendimentos registrados no Amazonas, um aumento de 17% em relação ao ano anterior, quando 14.051 foram computados.
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, diz que houve um crescimento considerável por causa da maior confiança da população nos serviços, sobretudo o do Ligue 180. Este serviço, explica a titular da pasta, está sendo melhorado com a restruturação prevista na retomada do Programa Mulher Viver sem Violência (Decreto nº 11.431/2023).
“Temos investido na capacitação das profissionais que realizam o atendimento e o acolhimento das mulheres, tanto para a informação sobre direitos e serviços da rede, como para o correto tratamento e encaminhamento das denúncias aos órgãos competentes, aumentando a confiança no canal”, diz Cida.
“Além disso, temos intensificado as campanhas para ampliar a divulgação do Ligue 180, inclusive o atendimento no WhatsApp”, completa.
A ministra diz que outro fator determinante é a melhoria na divulgação do Ligue 180 por meio de campanhas, como a mobilização nacional Feminicídio Zero – Nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada, lançada em agosto de 2024.
Os casos mais recorrentes de denúncias são violência psicológica, física, patrimonial, sexual, moral e cárcere privado. De acordo com a metodologia utilizada pela Central, uma denúncia pode conter mais de um tipo de violação de direitos das mulheres.
Perfil
Entre as denúncias no ano passado no Amazonas, 1.585 foram apresentadas pela própria vítima, enquanto 1.035 foram por terceiros.
A casa da vítima ainda é o cenário onde mais situações de violência são registradas: 1.085 denúncias tinham este contexto. A residência compartilhada por vítima e suspeito também é local de grande parte das denúncias no Amazonas, com 990 casos.
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A violência contra mulheres amazonenses entre 30 e 34 anos (499 vítimas) representa o maior número de denúncias no recorte por faixa etária.
“São as mulheres pardas e pretas as vítimas mais frequentes (1.885) e são os esposos(as) e companheiros(as) — ou ex-companheiros (as) — aqueles que mais cometem atos violentos (1.148).”
*Com informações da Secom/Presidência
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil