Movimento sindical do Amazonas vai a Porto Velho debater BR-319
Terceira audiência pública, promovida pelo Ministério dos Transportes, acontece neste dia 16

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 16/01/2024 às 08:00 | Atualizado em: 16/01/2024 às 10:47
A discussão sobre o destino da BR-319 chega a Porto Velho (RO) nesta terça-feira (16). Integrantes do grupo de trabalho do Ministério dos Transportes apresentam à sociedade local os principais pontos da proposta estudada para pavimentar a rodovia, única ligação rodoviária de Manaus (AM) e Porto Velho com o resto do país.
A audiência está prevista para começar às 9h30 (horário local, 10h30 de Brasília) no auditório da superintendência local do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
“Aliar infraestrutura de qualidade e sustentável a ganhos sociais, econômicos e logísticos. Essa premissa norteia o grupo de trabalho que debate soluções e alternativas para a recuperação da BR-319. Portanto, é importante ouvir todos os envolvidos para que a gente chegue a uma solução. Não se trata somente de um projeto de engenharia, mas de uma gestão atenta à questão ambiental”, esclareceu o secretário-executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro.
Entre os convidados para o realizar o debate em Porto Velho, nesta terça-feira (16), está o movimento sindical do Amazonas e demais estados da região Norte, que em novembro de 2023 foi em caravana a Brasília pressionar pela BR-319.
“Não temos a pretensão de nos considerar os grandes responsáveis pela criação do GT BR-319, mas também acreditamos, sinceramente, que nossa caravana chamou a atenção para o problema e provocou, sim, a agilização de ações que o governo do presidente Lula já vinha projetando para encontrar soluções”, disse o sindicalista Carlos Lacerda, coordenador Norte do Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical).

Representantes do movimento sindical do Amazonas estarão na audiência, que acontece nesta nesta terça, em Porto Velho (RO)
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Ações de partida
Para o presidente da Força Sindical no Amazonas, Vicente Filizola, essa “partida” que foi dada às ações visando criar as condições legais, sociais e ambientais para a reconstrução da BR-319, não pode ser desperdiçada e, para isso, a sociedade tem que estar presente em todos os momentos.
“Nós, cidadãos do Norte, somos os principais interessados na reconstrução da BR-319, rodovia vital especialmente para a gente do Amazonas, de Roraima e de Rondônia. Então, não podemos deixar arrefecer nosso ânimo e nossa disposição para seguir nessa luta. E se isso significa buscar os meios para participar de todas as discussões sobre o tema, é isso que faremos”, diz Filizola.
Trecho do meio
Segundo o coordenador de relações institucionais da Caravana pela reconstrução da BR-319, Osmir Medeiros, a inclusão do movimento sindical nas discussões organizadas e pelo GT BR-319 evidencia a preocupação do governo federal com a participação da sociedade civil na busca de soluções que finalmente destravem as necessárias obras no trecho do meio da rodovia, com quase 500 quilômetros de extensão.
“Embora tudo pareça muito lento e até repetitivo nesse processo, visto que já existem muitos pontos pacíficos e o principal deles é o caráter vital da BR-319 para a integração nacional, sabemos que existem enormes pressões contrárias à rodovia. Assim, o envolvimento das organizações sociais precisa ser forte, intenso e permanente, porque é um contraponto decisivo nesse jogo de pressões”, ressalta Medeiros.
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Governo e sociedade
Além do movimento sindical, estão confirmadas, na terceira audiência do GT BR-319, as presenças do secretário-executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro, da secretária nacional de Transporte Rodoviário, Viviane Esse, do subsecretário de Sustentabilidade, Cloves Benevides, e do diretor-executivo do DNIT, Carlos Barros, além de outros representantes da pasta.
Foram convidadas também entidades como Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA), Federação das Indústrias de Rondônia, associações indígenas, entidades de apoio à construção da BR-319 e acadêmicos.
Relatório final
Já houve audiência pública em Manaus (AM), em 11 de dezembro passado. Além de reuniões internas, houve também um debate em Brasília com governadores e parlamentares da região em novembro de 2023.
O grupo tem prazo de funcionamento de 90 dias, podendo ser prorrogado por igual período. Mas, a previsão é que o GT BR-319 entregue o relatório final no final do mês de fevereiro.
Fotos: divulgação