MEC destina R$ 32 milhões para UFMG criar escolas para ianomâmis
Parte do recurso é para formação de professores pelo IF de Roraima

Publicado em: 22/08/2024 às 16:37 | Atualizado em: 22/08/2024 às 16:37
O Ministério da Educação (MEC) deve destinar R$ 32 milhões em recurso para o território etnoeducacional Yanomami e Ye’kwana. O plano de trabalho foi anunciado na última terça-feira (20) pelo ministro da educação, Camilo Santana.
Os recursos serão para construção de escolas nos territórios Yanomami. Os valores também são destinados à manutenção dos espaços e à formação de educadores no território etnoeducacional Yanomami e Ye’kwana, de forma emergencial.
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) ficará responsável por executar as obras. Além disso, o Instituto Federal de Roraima (IFRR) vai conduzir a formação de professores para atuarem junto aos estudantes Yanomami.
O MEC também anunciou investimento de mais R$ 195 milhões para construção de outras escolas indígenas no país. O território etnoeducacional Yanomami e Ye’kwana será o primeiro a receber o apoio do MEC por meio das universidades e institutos federais, neste ano.
O investimento será destinado para a construção de:
- Quatro casas-escola Yanomami e Ye’kwana;
- Dez espaços de saberes de autogestão;
- e um centro de formação.
Também será criado um curso técnico em magistério indígena pelo IFRR, além de outras atividades de formação de professores e da compra de material didático. Do investimento total de R$ 32 milhões, aproximadamente R$ 18 milhões serão destinados à formação de professores, maior demanda trazida pelas lideranças.
Os Yanomami são a etnia brasileira com o menor número de profissionais formados pela educação superior — menos de 1% tem formação neste nível. Os novos aportes visam fortalecer o Programa Saberes Indígenas no Território, responsável pela formação continuada e pela produção de material didático voltado a esse público.
“O Estado brasileiro tem uma dívida histórica com os povos originários e sabemos das dificuldades que as secretarias estaduais e municipais têm de realizar ações nessas regiões”, disse Santana. “Pensando nisso, o MEC adotou uma nova estratégia e vai repassar diretamente os recursos para instituições federais de ensino, com a finalidade de agilizar a execução das obras e das iniciativas nos territórios, sempre prezando pelo diálogo e acompanhamento dos povos indígenas”, afirmou
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Foto: MEC/Divulgação