Manaus enterra 150 corpos de pessoas sem interesse para ninguém

Maioria é de jovens, homens, vítimas de violência

AM apresenta queda em casos de covid-19, mas sepultamentos sobem em Manaus

Mariane Veiga

Publicado em: 12/11/2024 às 18:46 | Atualizado em: 13/11/2024 às 09:37

Levantamento do Instituto Médico Legal (IML) do Amazonas mostra que, em um ano, 150 corpos foram encaminhados para sepultamento sem identificação reconhecida por familiares.

Segundo a instituição, que mantém um banco de dados com informações sobre as vítimas para caso seja feita busca após o sepultamento, a maioria dos mortos era do sexo masculino, com idade entre 20 e 50 anos.

Sérgio Machado, diretor do IML, avalia que, de acordo com os casos acompanhados, são muitos os motivos que levam uma pessoa a não buscar pelo documento de identificação.

“Trata-se de um problema presente em todos os estados do Brasil. São vários os motivos que levam a esta situação. Um deles é a desinformação, desinteresse, vontade de permanecer na invisibilidade, interesse pessoal de não serem localizados por motivos de justiça, medo de serem localizados por possíveis agressores”, informou.

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Ao dar entrada no IML, cada pessoa falecida e não identificada, obrigatoriamente passa por exames, tanto para diagnosticar a causa da morte, quanto para tentar, por critérios científicos, a identidade do falecido.

Machado ressaltou que as pessoas falecidas sem identidade conhecida, quando não são reclamadas ou são ignoradas, podem ser enterradas entre 7, 14 ou 30 dias, período máximo em que o corpo pode ficar aos cuidados do IML.

Todas as pessoas falecidas são sepultadas em sepulturas individuais, obedecendo aos critérios legais.

De acordo com o diretor, caso um familiar procure o Instituto em busca de um ente querido, ele será encaminhado ao Setor responsável para pessoas não identificadas.

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Foto: Altemar Alcantara/Semcom