Rio Madeira, com 10,5 m, revela navio dos EUA naufragado no século 19

A seca extrema no Rio Madeira expôs um navio norte-americano do século XIX, naufragado em Manicoré. Historiadores investigam a identidade da embarcação.

Diamantino Junior

Publicado em: 17/10/2024 às 10:35 | Atualizado em: 17/10/2024 às 10:35

Com a seca severa no rio Madeira, que atingiu a marca de 10,53 metros, foram revelados os destroços de um navio norte-americano naufragado no século XIX. A embarcação, encalhada no Pedral do Marmelo, município de Manicoré, interior do Amazonas, foi avistada pela primeira vez este ano por marinheiros e pescadores, após a baixa histórica do rio, que expôs os restos do navio.

Historiadores, como o doutor Caio Giulliano Paião, apontam que o navio seja uma “chata”, típica construção americana usada em águas rasas.

Paião mencionou que, embora não tenha sido possível identificar a embarcação com precisão, ela pode ser uma das que naufragaram no rio Madeira, como o vapor Içá (1881-1893), o Canutama (construído em 1900), ou a lancha Hilda.

A confirmação da identidade do navio depende de pesquisas detalhadas no local.

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) está ciente da descoberta, mas ainda não a reconheceu oficialmente como parte do patrimônio cultural.

Para os moradores locais, a descoberta foi recebida com surpresa e emoção.

Claudiomar Araújo, chefe de máquinas que trabalha na região há 15 anos, relatou que, em secas anteriores, apenas a ponta do mastro do navio era visível

Este ano, pela primeira vez, o navio emergiu por completo.

André Luiz Pinheiro, morador da área, conta que ouviu histórias de seu avô sobre o naufrágio e ficou emocionado ao finalmente ver os destroços.

Este não foi o único item histórico revelado pela seca em 2024.

Leia mais

Boa Vista do Ramos: barcos são arrastados ao fundo do rio por ‘terras caídas’

As ruínas do Forte São Francisco Xavier de Tabatinga e canhões antigos também foram descobertos.

O Amazonas, enfrentando uma das secas mais severas de sua história, está com todos os seus 62 municípios em situação de emergência, afetando mais de 800 mil pessoas.

Leia mais no g1

Foto: reprodução TV