Livro ‘O Andaluz’ é tema de estudo no Cesp/UEA
A obra do escritor parintinense Wilson Nogueira é um dos nove livros publicados do autor

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 04/11/2024 às 06:24 | Atualizado em: 11/11/2024 às 18:58
Professores em formação do Curso de Universidade do Amazonas (Cesp/UEA) apresentaram, na última Semana Nacional de Ciências e Tecnologia, um estudo sobre o livro O Andaluz (Valer, 3ª Edição), do escritor parintinense Wilson Nogueira.
Eles analisaram a obra, por meio dos conceitos cultura e representação, desenvolvidos por Stuart Hall em livro de tema homônimo, e discurso político, social e econômico, apresentados por Ricardo Piglia, no ensaio Três propostas para o próximo milênio (e cinco dificuldades).
O estudo foi coordenado pela Professora Doutora Gleidys Maia, na disciplina Memória, Cultura e Sociedade, que se propõe à compreensão da literatura como fonte da memória e da história.
O Andaluz, lançado em 2005, está na terceira edição, a qual está esgotada e a terceira edição será rodada em breve segundo a editora.
O livro é uma narrativa que contempla cenas e cenários da cidade amazônica chamada Vila Bela da Rainha, palco da integrante e intrigante do personagem Andaluz, talvez um cavaleiro andante e quem sabe até um cavaleiro errante.
O narrador, que o leitor pode escolher entre as personagens, destaca a aparição do Louco da Palmeira Imperial, que permeia o imaginário dos demais personagem que habitam Vila Bela da Rainha, uma cidade do interior da Amazônia muito parecida com Parintins, seu cotidiano e seus eventos extraordinários.
“O autor destaca a cultura de Vila Bela da Rainha, que acontece todos os anos, no mês de junho, conhecido como festival folclórico. Podemos observar como a cultura é representada, interpretada e moldada em diferentes contextos históricos, sociais e políticos […] também pode ser vista como uma reflexão sobre a busca de identidade em um contexto globalizado, no qual as tradições locais muitas vezes se veem ameaçadas ou transformadas”, assinala um dos painéis.
Outro painel assinalou:
“Nogueira não apenas retrata, mas oferece uma nova perspectiva de emoções e vivência das personagens no diálogo entre passado e presente. E desafia as fronteiras entre gêneros [literários] com uma leitura mais profunda e multifacetadas análise mais profundas dos elementos literários […].
Para a professora e coordenadora do estudo, “a literatura amazonense é o instrumento de aproximação entre as discussões teóricas e a realidade dos leitores. É um exercício intelectual instigante e envolvente, valorizando as produções literárias locais”.
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O autor
Wilson Nogueira é parintinense, graduado em sociologia, mestre e doutor em processos sócios culturais da Amazônia (PPSCA/Ufam), escritor e jornalista, com PhD em Ciências da Comunicação (PPGCCOM/Ufam).
Tem nove livros publicados, entre eles, Órfãos das Águas e Formosa: a sementinha voadora (infantojuvenil), O Andaluz (ficção), Festas Amazônicas e Boi Bumbá: a espetacularização do imaginário amazônico, todos pela Editora Valer.
É fundador do site amazonamazonia, dedicado a temas culturais, e repórter colaborador da plataforma BNC, especializada em política.
Foto: reprodução